Há menos de um ano da performance explosiva (e tórrida) da banda The Hives no Primavera Sound 2023, os suecos voltam ao Brasil com um show único em São Paulo, e uma performance de tirar o fôlego.
O show começou exatamente às 21:30 com uma das melhores aberturas de todos os tempos para uma banda de rock, a “Marcha Fúnebre (Sonata nº2)” de Chopin. Como ninguém tinha pensado nisso antes (ou tinha)?
É notório que o The Hives tem um dos melhores shows de rock da atualidade. Quem nunca viu pode acreditar, e quem viu há de concordar comigo. É fato também que a Suécia tem algumas das melhores bandas de rock hoje em dia, Blues Pills, Opeth, In Flames, Ghost, Lucifer, Viagra Boys, e os veteranos do The Hives, que apesar de estarem na estrada há mais de 30 anos, ainda conservam o frescor e a energia dignas de uma banda iniciante nos seus primeiros anos de atividade.
Desde que estouraram com a excelente “Hate to Say I Told You So” do álbum Veni Vidi Vicious de 2000, o The Hives já veio diversas vezes ao Brasil, há quem diga que esse foi o melhor show de todos.
Começando pela excelente escolha da casa: pode-se dizer que o Tokio Marine Hall é uma das mais confortáveis casas de show do Brasil, e com uma excelente acústica. A minha única crítica é que o show é curto, 1 hora e 15 minutos, mas acredito que a banda queira deixar os fãs com um gostinho de quero mais, e conseguem.
O repertório do show é baseado no último lançamento de estúdio, o excelente The Death of Randy Fitzsimmons, de 2023, gravado no estúdio de Benny Anderson do ABBA em Estocolmo. Desse disco a banda toca a primeira do show, “Bogus Operandi”, “Rigor Mortis Radio”, “Stick Up”, “Trapdoor Solution”, “Countdown to Shutdown” e “Smoke and Mirrors”.
Do maior sucesso comercial da banda, o segundo álbum, de 2000, Veni Vidi Vicious, eles tocam “Main Offender” e “Hate to Say I Told You So”. Do terceiro álbum Tyrannosaurus Hives, eles tocam “Walk Idiot Walk”. Do The Black and White Album, eles tocam “Try it Again” e encerram o show com “Tick Tick Boom”, e do penúltimo álbum de estúdio, Lex Hives, eles abrem o bis com a já clássica “Come On” e também tocam “Go Right Ahead”. Nem parece que a banda não lançou nenhum disco de estúdio de 2012 a 2023, parece que os caras congelaram no tempo.
A performance é, sem dúvida, o que mais chama a atenção, e o humor, especialmente do comandante do espetáculo, o sensacional vocalista Pelle Almqvist. O restante da banda também é extremamente competente, o guitarrista Nicholaus Arson também é uma figura importante, assim como o excelente baterista Chris Dangerous, parecem ser os líderes da banda. O figuraça Vigilante Carlstroem na outra guitarra também aparece bem, assim como o baixista, e mais novo membro da banda, The Johan and Only.
Mas vale a pena falar de Pelle, o condutor do show, o animador da festa. Às vezes ele lembra um apresentador de circo, às vezes lembra um jovem Iggy Pop. Ele grita, pula, se joga no público, conta piada, fala português toda hora (e sem sotaque). O cara é realmente uma estrela, um verdadeiro showman, um entertainer. Senhoras e senhores, e senhoritas… que figura esse cara.
Realmente o The Hives está consolidado com um dos grandes nomes do rock atual, um dos melhores shows, uma mistura de Stooges com punk rock, com pegadas de Stones, AC/DC, só coisa boa, e as músicas são ótimas, com muito humor, sem firulas.
Uma excelente iluminação, simples e eficiente. Preto e branco o tempo todo, como se fosse o quadrinho Spy Vs Spy da revista MAD, umas das inspirações da banda. Os figurinos são ótimos, os ternos do The Hives e os uniformes de Ninja dos roadies, fazem com que o aspecto visual também seja divertidíssimo e transforme os integrantes da banda em personagens, meio Kiss, meio DEVO. Foi um show realmente impecável, como um show de Rock deve ser: divertido, quente e alto, MUITO alto.
Nosso colaborador Thiago Vidal esteve no show e registrou a apresentação com fotos exclusivas. Confira a galeria abaixo.
Via: WikiMetal