Mike Portnoy: “Algumas pessoas ignoram o lado metal do Dream Theater”

Em uma entrevista recente com Dylan Gowan, do Banger TV (transcrição via Blabbermouth), Mike Portnoy, baterista do Dream Theater, comentou sobre Parasomnia, o 16º álbum de estúdio da banda, lançado em 7 de fevereiro de 2025 pela InsideOut Music. Este é o primeiro álbum do Dream Theater com Portnoy desde Black Clouds & Silver Linings (2009).

Quando questionado sobre o peso do novo disco, Portnoy concorda que Parasomnia (2024) é um dos álbuns mais pesados da banda, ressaltando o papel crucial do metal no som do Dream Theater, especialmente com ele na formação. “Sempre tivemos essa pegada metal, desde a primeira música do primeiro álbum, A Fortune in Lies, eu estava tocando thrash, double bass, batidas de thrash desde o começo. E sempre tivemos músicas assim, como Panic Attack, The Glass Prison ou A Nightmare To Remember.”, afirmou. Segundo o baterista, essa fusão entre o metal e o progressivo é o que realmente coloca a banda no topo, tanto em vendas quanto em apresentações em grandes festivais de metal, como Aftershock e Hellfest.

Portnoy completou: “Se eu tivesse que descrever Parasomnia para alguém, diria que tem a escuridão e a intensidade de Train Of Thought, com a abordagem cinematográfica de [Metropolis Pt. 2:] Scenes From A Memory.”

Mike co-fundou a banda em 1985 com o guitarrista John Petrucci e o baixista John Myung. O baterista participou de 10 álbuns ao longo de 20 anos, desde When Dream And Day Unite (1989) até Black Clouds & Silver Linings (2009), antes de sair em 2010.

Mike Mangini entrou para o supergrupo no final de 2010 após uma audição que ganhou grande repercussão, logo após a saída de Mike Portnoy. Mangini superou seis dos maiores bateristas do mundo — Marco Minnemann, Virgil Donati, Aquiles Priester, Thomas Lang, Peter Wildoer e Derek Roddy — para o cargo, em um processo de três dias que foi filmado para o reality show “The Spirit Carries On”.

Mike Portnoy comenta sobre o novo álbum

Com o lançamento do novo álbum, produzido por Petrucci, e mixado por Andy Sneap, os norte-americanos voltam a nos surpreender com um som único. A arte da capa foi mais uma vez assinada por Hugh Syme, que trouxe sua visão criativa para a banda.

Em uma recente entrevista para Masa Ito, crítico musical japonês e apresentador do “Rock City” da TVK, Portnoy falou sobre o que ele trouxe de novo à banda desde seu retorno em outubro de 2023, após 13 anos de ausência. E sua resposta foi bem clara: “Não cabe a mim dizer. Não vou ficar aqui me elogiando, falando tudo o que faço pela banda. Acho que é mais para os fãs decidirem. Mas todos sabem o que eu trouxe desde o começo, há 40 anos.”

Mike também comentou sobre sua contribuição ao longo dos anos: “Sempre estive envolvido em todas as áreas da banda — não apenas na bateria, mas também na composição, nas letras, nas melodias, na produção, no merchandising… tudo. Eu era o cara que supervisionava tudo. Quando saí em 2010, os caras tiveram que se organizar e descobrir como dividir as responsabilidades. Agora, voltando, é preciso respeitar o que eles construíram nesse tempo. A dinâmica da banda mudou, e estou tendo que me adaptar.”

Ele também revelou como foi seu retorno após tanto tempo: “Quando saí, eu era um controlador, cuidava de tudo. Agora, estou mais tranquilo. Eles fizeram coisas incríveis sem mim, então preciso ser respeitoso com a forma como as coisas funcionam hoje. Alguns aspectos da banda voltaram para mim, outros não. Tem sido um aprendizado, mas de uma forma muito positiva.”

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Caio Botrel

Músico desde criança, tendo estudado piano, violão erudito e guitarra, tocou em bandas como o Final Disaster e atualmente tem um projeto chamado Black Crow Feather. Colaborou com sites e revistas de metal no Brasil e exterior como hobby. Formado em Direito, graduando em análise e desenvolvimento de sistemas e estudante de Contabilidade, sua paixão pelo rock e metal iniciou-se cedo, tendo as bandas Iron Maiden, Megadeth, Children Of Bodom, Angra, Mr. Big, Supertramp e Oasis como suas preferidas.