Anualmente, no mês de julho, é comemorado o dia do rock, mais especificamente, no dia 13. Homenagens, celebrações e comemorações são feitas ao longo dos dias, e a equipe do Wikimetal trouxe uma entrevista exclusiva para honrar esta data.
Chaene da Gama é baixista de um dos principais nomes do metal dos últimos anos, o Black Pantera. Tendo recentemente lançado o álbum PERPÉTUO (2024), o trio aborda uma série de temas importantes a serem ressaltados na sociedade brasileira atual.
Em entrevista exclusiva ao site, o músico falou sobre o rock no Brasil, a importância do dia do rock e mais.
Confira a entrevista na íntegra:
Wikimetal: Se você tivesse que escolher um único álbum para representar o rock, qual seria?
Chaene da Gama: Olha, pergunta difícil, mas a gente tem que simplificar, né? Ser direto. Vários álbuns que eu amo, vários clássicos, mas eu acho que pela mudança que esse álbum trouxe, pela renovação do instrumento e a nova visão dentro de rock ‘n’ roll, e um blues pesado, eu fico com o Electric Ladyland do Jimi Hendrix, com certeza. Um álbumzaço, 1968, o Hendrix praticamente reinventa a guitarra aí. A partir dali, tudo foi diferente. Jimi Hendrix, Electric Ladyland.
WM: Como você vê o rock no Brasil?
CG: Eu vejo o rock ‘n’ roll no Brasil grande, poderoso, forte. A diferença que a gente vê constante é que hoje em dia o rock ‘n’ roll não domina as televisões, os programas de televisão. Ele não tá na maioria das rádios. A gente tem poucas rádios rock no Brasil, mas a gente tem no underground coisas grandiosas acontecendo, coisas enormes. O público do underground é sincero, ele é honesto, ele é engajado, ele está ali presente sempre nos eventos.
É uma luta, a gente sabe que várias coisas mudaram de uns anos pra cá, de algumas décadas pra cá, envolvendo o rock ‘n’ roll brasileiro, mas tem a ver mais com a mídia. Porque a força do rock ‘n’ roll brasileiro, ele está aí. E ele é forte, ele é poderoso.
Todas as cidades, todos os estados que você vai, tem uma galera fazendo som, uma galera muito foda fazendo som. A gente precisa de mais engajamento. Eu acho que é o… O lance mesmo das bandas é mais engajamento, que as pessoas tenham mais oportunidade de ter um instrumento legal também. Mas dentro disso, dentro do nosso Brasil, o rock ‘n’ roll existe, ele é forte, ele é poderoso, especialmente vindo aqui do underground. Procurem as bandas underground, que lá tem muita coisa acontecendo massa, festivais legais, bandas legais e bandas de diversidade.
WM: O que significa o dia 13 de julho pra você?
CG: O dia 13 de julho tem todo um significado, né? Muita gente ainda não sabe o porquê de 13 de julho ser o dia do rock ‘n’ roll. A gente sabe que vem do Live Aid (…) E se tornou uma data necessária também pra gente comemorar o dia do rock n’ roll. Eu acho que o dia do rock ‘n’ roll é todo dia. 14 de julho, 15, 1º de janeiro, 30 de dezembro, todo dia é dia de rock ‘n’ roll, todo dia é de rock. Mas a gente sabe que essa data é pontual. Os clubes sabem, as bandas sabem. Todo mundo quer estar tocando no dia 13 de julho, é muito especial. Até banda que está parada, às vezes, quando rola algum evento, quer fazer o 13 de julho, que sabe que tem uma importância muito grande.
É um dia de ascensão muito grande para o rock ‘n’ roll mundial. E é importante ter esse dia. (…) E também é um dia de muita renovação, que no dia 13 a gente consegue ver bandas novas, a gente consegue rever bandas antigas. Se tornou uma data nossa e é muito importante que sempre tenha esse 13 de julho pra gente. Eu também tenho essa empolgação gigantesca do 13 de julho desde moleque, antes mesmo de estar tocando, já sabia dessa data. E acho que se tornou necessário todos os anos pra gente que gosta tanto, os amantes do rock ‘n’ roll. É muito importante e necessário.
WM: Quando você percebeu que queria ter uma carreira no rock?
CG: A carreira no rock ‘n’ roll, eu me vi desde sempre. Desde quando eu vi as primeiras bandas, eu vi os primeiros acordes ali, já me apaixonei pelo estilo, pela fúria no palco, né?
Então, assim, rolou super natural, mas, na verdade, rolou desde sempre. Eu sempre tive essa vontade de ter uma carreira no rock ‘n’ roll e sonhava em uma carreira grande também, de fazer turnê, de viajar pelo mundo, de ter fãs, de estar vendendo CD, de ver as minhas artes nos encartes de CD. Então começou desde cedo, eu já planejava, já fazia capa de álbum sem ter banda.
Então essa paixão de querer também fazer o rock ‘n’ roll, desde as primeiras bandas que a gente assistiu, desde os primeiros VHS de bandas como Guns [N’Roses], como Nirvana, depois foi chegando mais bandas, Metallica e por aí vai. E aí quando a gente viu Living Colour, Bad Brains, Devotos, a gente tinha certeza que queria isso. Então começou muito cedo e que bom que perdura até hoje. Tamo fazendo música. É isso. Tamo fazendo rock.
Via: WikiMetal