X JAPAN, conhecido apenas por X entre 1982 e meados de 1992, se formou em Chiba, no Japão, e se tornou um sucesso internacional com o seu estilo estético e musical inovador.
A banda era composta por Yoshiki (bateria), Toshi (vocal), Pata (guitarra), Hide (guitarra) Taiji (baixo, deixou a banda em 1992) e Heath (baixo, se juntou ao grupo em 1992) até 1998, ano que marcou o trágico fim do grupo com o falecimento de Hide, que impactou a indústria e o país. No seu funeral, mais de 50.000 fãs foram prestar seus sentimentos, mostrando, assim, a forte influência e importância da banda.
O grupo lançou o seu primeiro single “I’ll Kill You” em junho de 1985 através da Dada Records, e sua segunda faixa “Orgasm” foi divulgada em abril de 1986 pelo selo independente de Yoshiki, Extasy Records.
O marco que colocou X JAPAN no centro do metal japonês foi o lançamento do álbum Blue Blood (1989) que contém as duas famosas faixas “Kurenai” que, inclusive, o Shaman fez um cover da mesma, e “Endless Rain”, uma emocionante balada que cativa o ouvinte do início ao fim.
Em 31 de dezembro de 1997 deram, no Tokyo Dome, o seu último show com o guitarrista Hide ainda vivo, que veio a falecer quase meio ano depois. Foi essa performance que deu origem ao álbum The Last Live (2001). O disco fez tanto sucesso que Jonathan McNamara, do The Japanese Times o nomeou como um dos 10 álbuns japoneses que deveriam estar na lista de 2020 do Rolling Stone dos 500 melhores álbuns de todos os tempos.
Dez anos após se terem separado, em 2007 a banda se reuniu e gravaram a música “I.V.”. Nos dois anos seguintes fizeram vários shows, incluindo o primeiro fora do seu país, em Hong Kong. Para substituir o falecido Hide, chamaram o guitarrista Sugizo para completar a formação e, em 2011, a banda fez a sua primeira turnê mundial, passando por países da Europa, América do Sul e Ásia. Nesse mesmo ano, o baixista Taiji cometeu suicídio por enforcamento.
Pouco tempo após a reunião, X JAPAN começou a trabalhar no seu sexto álbum de estúdio. Durante os seus dez anos de produção teve diversas datas de lançamento anunciadas. Apesar de ter sido concluído em 2018, segundo Yoshiki, se mantém por lançar até hoje.
Heath, baixista da banda, morreu no dia 29 de outubro de 2023. A sua morte foi anunciada no dia 7 de novembro desse mesmo ano e foi causada por câncer no cólon.
O grupo lançou, até hoje, cinco álbuns de estúdio, seis discos ao vivo e vinte e um singles e, em 2017, a Loudwire nomeou o X JAPAN como a melhor banda de metal do Japão.
X JAPAN: Visual-kei, legado e influência
Foi o X JAPAN que consolidou a cultura do Visual-Kei, um movimento artístico que une a cena do metal japonês através do seu estilo andrógino, teatral e com roupas extravagantes que vão além das barreiras do gênero.
Inspirado no glam rock, punk e no teatro kabuki – teatro tradicional japonês composto apenas por atores masculinos que interpretam, também, papéis femininos -, o visual-kei não é um estilo musical, podendo englobar bandas que vão do metalcore até o power metal, ou até grupos de rock que se focam em um som mais leve. O que junta essas bandas é o espírito e a paixão pelos visuais chocantes e os shows teatrais, sendo esses o grande foco.
No começo da sua jornada pelo mundo da música, o X JAPAN era famoso por sua maquiagem pesada, com seus delineados e sombras escuras. O figurino que usava nos shows consistia maioritariamente em roupas de renda para dar um aspecto mais feminino e contrastar com o som “masculino” do metal, que era balanceado pela voz aguda de Toshi e o piano suave de Yoshiki, que usava frequentemente vestidos.
Quando lançaram o disco Dahlia (1995) abrandaram no estilo extravagante, cortando seus cabelos e vestindo roupas mais inspiradas no rock, apesar de ainda usarem maquiagem.
Sendo o pioneiro do visual-kei a banda, indiscutivelmente, inspirou diversos outros grupos e artistas de grande peso como Versailles, Miyavi, Syu do Galneryus, Dir En Grey, The Gazette, entre outros.
No filme documentário We Are X, o baixista do KISS, Gene Simmons, diz que se a banda “tivesse nascido na América ou em Inglaterra e cantasse em inglês, poderiam ter sido a maior banda do mundo.”
A presença do X JAPAN na juventude japonesa era tão forte que, no documentário Global Metal, Yoshiki afirma que a mídia “odiava” a banda, uma vez que os fãs eram vistos como adolescentes rebeldes revoltados com a sociedade japonesa.
O impacto da banda também é visto fora da indústria musical. Em 1999, Yoshiki, a pedido do governo japonês, compôs e tocou uma peça de música clássica para o imperador da altura, Akihito, numa celebração em honra ao décimo aniversário da sua subida ao trono.
O X JAPAN, apesar de ter passado por diversas adversidades ao longo de sua carreira, consegue se manter, até hoje, no topo da indústria musical japonesa. É, indiscutivelmente, uma das bandas que mais influência teve dentro do seu próprio país, inaugurando um estilo e som únicos que vieram a inspirar músicos e fãs ao redor do mundo.
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Via: Wiki Metal