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Toto entrega o mais puro e sofisticado AOR ao público carioca

Rock Bizz 3 semanas atrás


Fazer o público carioca sair de casa em plena terça-feira, lotar uma arena em um final de mês, com o agravante de um importante jogo de futebol na grade televisiva, não é para qualquer um, não. Na verdade, são poucos os nomes da música mundial que têm repertório robusto o bastante para conquistar tal façanha. Um destes felizardos é o veterano Toto, que já beira os cinquenta anos de bons serviços prestados ao AOR, classic rock, soft rock e hard rock.

Depois de mais de quinze anos longe dos palcos brasileiros, Steve Lukather e companhia – a saber: Joseph Williams (vocal), Warren Ham (vocal, flauta, percussão e saxofone), Greg Phillinganes (teclado e vocal), Shannon Forrest (bateria), John Pierce (baixo) e Dennis Atlas (teclado e vocal) – trouxeram na bagagem a Dogz of Oz World Tour e seus quase infinitos hits.

Aqui cabe um adendo! Para o público desavisado e com pouca intimidade com a arte musical, a apresentação do Toto pode conter um certo teor saudosista, visto que boa parte do repertório é formado de hits radiofônicos dos anos 1970 e 1980. Contudo, tal impressão está muito longe do verdadeiro sentimento em torno dos espetáculos do grupo, pois é uma celebração da trilha sonora da vida de centenas de milhares de pessoas.

Ninguém curte a música do Toto por um verão, depois passa anos sem ter contato com o som da banda e, por algum capricho do universo, se depara novamente com a arte dos músicos e recorda os bons momentos do passado. Não! A música deles é a trilha sonora para a vida toda, não há brechas temporais, portanto, prestigiar um espetáculo do Toto se revela como um ápice emocional e festivo de tal relação.

Foto: Livia Teles / RockBizz

E fora este quê festivo a toada da apresentação na Arena Jockey, a qual reuniu muitos fãs para cantar de forma uníssona pérolas como Girl Goodbye. Com som muito bem azeitado, Hold the Line elevou ainda mais o clima de alegria e estabeleceu de vez o tom de diversão da noite.

Do segundo álbum, Hydra, de 1970, a canção 99 foi a primeira com os vocais de Steve Lukather, que esbanjou seu timbre aveludado e sensível em uma interpretação irrepreensível. A pegada leve e ensolarada de férias de verão chegou ao som de Pamela, a qual provou que um pé na bunda pode gerar grandes canções.

Como um distinto anfitrião, Lukather saudou o público e o perguntou se havia músicos na plateia. Com o feedback positivo, o músico convidou a todos para uma aula de fusion com a performance da complexa Jake To The Bone, que esbanjou ritmos quebrados e padrões e solos capazes de darem nó nas mentes mais brilhantes da música.

Foto: Livia Teles / RockBizz

Burn cedeu aos encantos do carismático Greg Phillinganes em uma versão ainda mais profunda do que a sua variante de estúdio. A intimista de I’ll Be Over You foi perfeita para que os casais de plantão se derretessem em juras de amor. Já as alegres Stop Loving You, I’ll Supply the Love e Home of the Brave baixaram o decreto de festa a qual todos estavam convocados a entrarem no ritmo de alegria.

Dinâmica é um dos muitos predicados do Toto, sendo assim, o quê introspectivo retomou em A Thousand Years, a qual estava de fora do repertório há algum anos e reapareceu para a Dogz of Oz World Tour. A influência disco e funk de Georgy Porgy foi um prato cheio para que a Arena Jockey se tornasse uma pista de dança. Já a veia progressiva de Dying On My Feet foi um prato cheio aos fãs que quebram a cabeça para tocar seus riffs, frases e solos.

Foto: Livia Teles / RockBizz

Antes de encerrar a farra com altas doses de prazer e felicidade, Steve apresentou seus amigos de labuta concedendo alguns fragmentos de seus feitos na cena musical. De parceiro de Michael Jackson a braço direito de Quincy Jones, o Toto de 2024 é um verdadeiro desfile de ases do mercado fonográfico, o que deixa a concorrência a ver navios.

O duo Rosanna e Africa foi a consagração de uma noite regada ao mais puro e sofisticado AOR! Milhares de vozes cantaram seus refrãos, bem como seus riffs, além disso, provaram que o público do Rio de Janeiro tem muito apreço pela nata do rock n’ roll.

Em pouco mais de duas horas, o Toto rememorou o quão vital é para o ecossistema mundial da música como arte atemporal e inestimável. A música do grupo vai seguir como trilha sonora dos milhares que os prestigiaram nessa terça, dia 26 de novembro, mas com uma chama ainda mais vibrante e calorosa.

Foto: Livia Teles / RockBizz
Foto: Livia Teles / RockBizz



Via: Rockbizz

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