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A consistente trajetória experimental do The Devil Wears Prada

Wiki Metal 3 dias atrás


The Devil Wears Prada

13 anos após sua última vez no Brasil, a clássica banda de metalcore The Devil Wears Prada retorna ao país para duas apresentações. A primeira acontece em Curitiba e a outra em São Paulo, nos dias 16 e 17 de agosto. A produção é por conta da Liberation Music Company, que traz o grupo ao país pela terceira vez.

Esse é um espetáculo que marca o retorno das turnês de metalcore tão exploradas por aqui entre os anos 2000 e 2010 mas que perderam espaço para outros gêneros musicais. Com o boom do estilo emo no pós-pandemia, os antigos fãs terão que dividir espaço com novos fãs que chegaram para a terceira onda de sucesso da cena. 

Por sorte, uma das maiores características do The Devil Wears Prada sempre foi a abordagem camaleônica que eles mantiveram ao longo de seus mais de 10 lançamentos. A banda possui um dos legados mais interessantes da cena. E alcançou destaque exatamente por abusarem de novas referências e seguirem sempre pelo caminho menos óbvio. 

Aqui contamos um pouco mais sobre essa história.

Formação e primeiros álbuns do The Devil Wears Prada: Dear Love: A Beautiful Discord (2006) e Plagues (2007)

O The Devil Wears Prada nasceu em 2005 na cidade de Dayton, Ohio, sob o gênero do metalcore cristão. Atualmente composto pelos membros Mike Hranica (vocal), Jeremy DePoyster (guitarra, vocal), Kyle Sipress (guitarra, segunda voz), Mason Nagy (baixo), Jonathan Gering (teclado, backing vocal) e Giuseppe Capolupo (bateria), a banda manteve a formação original por muitos anos até o tecladista James Baney, o baterista Daniel Williams e o guitarrista Chris Rubey deixarem a banda em 2013, 2015 e 2016, respectivamente.

As primeiras apresentações da banda foram feitas em 2005 e, logo nos seus primeiros suspiros de vida, já ganharam força de público com o peso de sua música e a intensidade em seus shows. No mesmo ano, após o lançamento da demo Patterns of a Horizon, o TDWP chamou a atenção da Rise Records. Em 2006, todas as músicas da demo foram regravadas e relançadas como um álbum de estúdio, intitulado Dear Love: A Beautiful Discord

Causando um certo burburinho na cena após alguns shows pelos Estados Unidos, em 2007 a banda lançou um álbum que seria a virada de chave para o sucesso. Com a ajuda da internet em uma época em que era difícil viralizar como nos dias de hoje, o single “HTML Rulez D00d” fez sucesso na finada rede social MySpace e em canais de TV como a MTV que exibiam o clipe da faixa. Como resultado, o álbum Plagues atingiu o número #57 da naquele ano, tornando-se o primeiro sucesso da banda. 

With Roots Above and Branches Below (2009)

Foi na turnê de seu terceiro álbum de estúdio, With Roots Above and Branches Below, que o TDWP veio ao Brasil pela primeira vez, em 2010. Antes desse lançamento a banda atingiu seu primeiro grande auge: tocaram na Warped Tour, fizeram tours com A Day To Remember, Underoath, Saosin e Emarosa. O single “Dez Moines” esteve em destaque no jogo Guitar Hero: World Tour. Por fim, em 2010 foram votados pelo veículo Alternative Press como Banda do Ano de 2009. 

O álbum também obteve enorme sucesso, atingindo a 11a. posição na Billboard 200. Músicas como “Assistant to the Regional Manager” e “Danger: Wildman” se tornaram clássicos da cena. Um disco que envelheceu muito bem e que demonstra a maturidade de uma banda que estava aprendendo a construir e adquirir seu próprio estilo musical.

Zombie EP (2010) e Dead Throne (2011)

Quem viveu a cena metalcore do começo dos anos 2010s reconhece a importância do Zombie EP. Foi um verdadeiro divisor de águas para o gênero. Consiste em 5 músicas que giram em torno da temática de apocalipse zumbi. Brutal e extremamente pesado, com influências de bandas como o Slayer e o Hatebreed, o EP foi tão bem recebido pela mídia especializada quanto pelos fãs. Com elementos diferenciados como sons de armas, motosserras e sirenes, aqui o The Devil Wears Prada criou um clássico que jamais poderia sair de qualquer uma de suas setlists.

Em 2011 foi a vez do álbum Dead Throne, outro sucesso comercial que atingiu o número #10 na Billboard 200. Aqui a banda decidiu ir por um caminho mais experimental e técnico do metalcore, menos produzido e mais violento. O processo lírico também mudou bastante, indo de letras com a temática cristã para temas antológicos como a anti-idolatria. 

8:18 (2013), Space EP (2015) e Transit Blues (2016)

8:18 foi o quinto álbum de estúdio da banda. Liricamente triste e pesado, o álbum é mais melódico mas também puxa algumas influências do industrial, do hardcore punk e do heavy metal. Outro sucesso comercial na Billboard 200, ficou em segundo lugar nos charts de hard rock, atrás apenas de Hail to The King, do Avenged Sevenfold. Esse foi o último álbum com os membros fundadores Daniel Williams e Chris Rubey ainda na banda. O nome é inspirado em um trecho da bíblia, Romanos 8:18, que diz: 

Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.”

Em 2015, após as mudanças na formação, o TDWP lançou seu segundo EP temático denominado Space. O EP gira em torno da temática espacial e planetária. Em 2016 foi a vez do sexto álbum, Transit Blues, que introduziu Giuseppe Capolupo como baterista e Kyle Sipress como guitarrista. Não é o álbum de maior sucesso do grupo mas recebeu boas críticas da mídia. 

The Act (2019) e ZII (2021)

Em 2019, antes do lançamento do sétimo álbum The Act, o vocalista Mike Hranica disse em entrevista que gostariam de fazer algo que testasse os limites. Algo que fosse inventivo, “coisa que se vê pouco no rock de hoje em dia” disse o vocalista. O lançamento foi inteiramente inspirado em Hiss Spun, de Chelsea Wolfe. É diversificado e eclético. As músicas combinam riffs de guitarras pesados, influenciados até pelo grunge, com efeitos eletrônicos, criando um cenário bastante atmosférico através das 12 canções do álbum. 

Em 2021, inspirados pela pandemia da Covid-19, lançaram a sequência do gigantesco Zombie EP, intitulado ZII. Muito bem recebido por seus fãs, o trabalho é ótimo em sua brutalidade quase crua. Não há intenção de competir com o primeiro EP e sim complementar o trabalho. O EP mostra a evolução da banda enquanto também celebra seu passado. Foi o primeiro trabalho com o atual baixista Mason Nagy.

O trabalho mais recente do The Devil Wears Prada, Color Decay (2022)

O último trabalho do grupo é álbum Color Decay, que se consagrou como um dos melhores lançamentos da banda. Inovador e com uma das novas facetas do metalcore moderno, o álbum é impecável em mesclar o mais pesado e a berraria com melodias mais leves e letras poéticas. 

É inegável que a banda evoluiu e amadureceu seu estilo através de seus 20 anos de existência, incorporando referências e experimentando diversos caminhos e sonoridades diferentes. E é exatamente isso que torna o The Devil Wears Prada tão indispensável na história do metalcore. 

Texto por Stephanie Marcelly Souza

Tour do The Devil Wears Prada na América Latina

SERVIÇO

The Devil Wears Prada em Curitiba
Data: 16 de agosto de 2025
Local: Jokers
Endereço: Rua São Francisco, 164 – Curitiba, PR
Ingressos disponíveis aqui

The Devil Wears Prada em São Paulo
Data: 17 de agosto de 2025
Local: Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2988 – São Paulo, SP
Ingressos disponíveis aqui

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Via: WikiMetal

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