Aerosmith estava queimado no mercado musical quando voltou à ativa nos anos 80, lembra Joe Perry

Na década de 1970, o Aerosmith conseguiu alcançar um boa popularidade na concorrida cena rock n’ roll, com os álbuns Toys in the Attic (1975) e Rocks (1976). Na primeira metade dos anos 80, no entanto, o quinteto enfrentou bastante instabilidade criativa por conta dos abusos em drogas e bebidas.

Além do desgaste criativo, o comportamento errático também colaborou para que muitos profissionais da indústria fonográfica não quisessem trabalhar com os caras, visto que causavam muitas dores de cabeça.

Em nova conversa com a revista Guitar World, o guitarrista Joe Perry lembrou que o Aerosmith estava queimado no mercado musical quando voltou à ativa nos anos 80.

“Quando fizemos Done With Mirrors, nós tínhamos acabado de voltar. Tínhamos feito uma turnê e estávamos nos acostumando a tocar juntos novamente. Eu tinha saído de cena por quase quatro anos, assim como Brad [Whitford – guitarra]. Estávamos nos acostumando a ficar juntos, de novo.

Um dos motivos que nos fez sair de cena foi a falta de um contrato com uma gravadora. Nós estávamos muito queimados na cena, então, ninguém queria nos contratar. Mas queríamos ver se ainda tínhamos aquela chama do passado.

Para isso, a gente pegou estrada com a Back in the Saddle Tour, e os fãs apareceram para nos apoiar. Eles estavam lá para nos apoiar e nos fizeram voltar ao estúdio”.

Joe continuou: “Quando entramos no estúdio para gravar Done With Mirrors, nós ainda estávamos aprendendo a compor novamente. Depois de gravar discos como Rocks e Draw the Line, a gente até pensava que conseguiria retomar o ritmo e seguir em frente, mas a pressão era grande”.

“Tivemos que trabalhar com o Ted Templeman, que tinha uma reputação incrível, pois produziu o Van Halen, o que foi incrível. Estávamos nervosos para trabalhar com ele, e ele estava nervoso para trabalhar conosco, o que nos surpreendeu um pouco.

Sempre senti que o disco poderia ter saído melhor se tivéssemos trabalhado mais nele, ou se todos nós tivéssemos nos reunido no estúdio. Mas as coisas saíram de outro jeito, no final das contas”, concluiu.

Apesar das críticas de Joe Perry, Done with Mirrors conquistou a #36 posição na Billboard 200 e vendeu mais de meio milhão de cópias só nos Estados Unidos. O disco ganhou dois singles: Let the Music Do the Talking e Shela.