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Alesana entrega caos e nostalgia de forma poética em retorno ao Brasil

Wiki Metal 2 meses atrás


Alesana em São Paulo

Texto por Stephanie Souza

Alesana é daquelas bandas que sempre dividiu opiniões, 8 ou 80, ame ou odeie. O som pode não agradar alguns mas definitivamente foi o suficiente para marcar diversos fãs que nunca deixaram de consumir tudo que foi feito em 20 anos de carreira. Aliás, esse é o motivo da turnê: celebrar o tempo de vida da banda. O gênero é quase impossível de se definir, uma mistura de post-hardcore, metalcore e screamo. Liricamente traz diversas referências de poesia e literatura. Os vocais alternados entre cleans e berros, o instrumental pesado e melódico, o caos nas guitarras, Alesana apresenta um trabalho bastante positivo e intenso. 

O show, que aconteceu no último dia 27 em São Paulo, contou com a abertura de duas bandas nacionais: There’s No Face, que acabou de lançar o disco CONTRA/SENSO, e a Sea Smile, com seu último álbum Vortex. Shows redondinhos, de alta qualidade mas com média receptividade, de um público ainda tímido, que aplaudia e ajudava em algumas canções mas se resguardava para a banda principal. Mesmo assim, isso não impediu uma roda de se formar e dar início ao grande caos que viria a seguir. 

Alesana começou o show com a abertura de Space Jam. Sim, o filme de 1996. E logo emendou com a clássica “Ambrosia”, do álbum On Frail Wings of Vanity and Wax (2006). Não precisou de muito para que o público abrisse uma enorme roda que, aliás, duraria a noite toda. O show seguiu com “Beautiful in Blue”, “The Murderer” e “Hand in Hand With The Damned”. A setlist, por ser de uma turnê de arquivo, contemplou toda a discografia da banda, com foco maior no aclamado The Emptiness, álbum divisor de águas pra banda na década passada. 

O calor era tanto no Carioca Club que as paredes suavam, mas isso não impediu os ânimos de se acalmarem. O público estava em êxtase, muitos pulavam, gritavam, fato é que era quase impossível se manter parado. “The Thespian” foi um desses momentos de se tirar o fôlego. A música é um dos maiores hits do Alesana e os fãs davam a vida ao gritar cada palavra desse opera-rock bagunçado.

A banda parecia se divertir bastante, brincaram entre si no palco e conversaram (até demais) com os fãs. Tiraram fotos, fizeram vídeos: era palpável que foi uma troca sincera. Mais ao fim do show, “Annabel” abriu a arrebatadora sequência de hits finais, vindo acompanhada de “The Curse of the Virgin Canvas” e “Congratulations, I Hate You”. Nesse meio tempo, um fã deu de presente algumas cartas do jogo Magic The Gathering ao vocalista Dennis Lee, que é colecionador assíduo e ficou feliz com o mimo. “Apology”, maior hit da banda, deu fim a apresentação, mas a noite não acabaria sem uma grande surpresa: Shane Crump, guitarrista, desceu do palco e se juntou aos fãs no meio da pista. Uma enorme rodinha se formava em volta do mesmo enquanto a noite terminava de forma mais que especial. 

A banda chorava enquanto se despedia do público, que abraçou essa volta ao Brasil em altíssima reciprocidade. A apresentação tem um tom nostálgico mas também encontra lugar em 2024 ao provar que a cena está mais viva do que nunca, mesmo que alguns anos mais velha. Alesana superou todas as expectativas em um show tão individual quanto seu som.

Nossa colaboradora Marcela Lorenzetti registrou o show com fotos exclusivas que você pode conferir na galeria abaixo.



Via: WikiMetal