The Turn of the Lights foi o terceiro disco da carreira solo de Andre Matos, ex-vocalista do Angra e Shaman. O álbum, que foi um sucesso de crítica, saiu em 12 de agosto de 2012 e possibilitou várias turnês para o cantor, todavia, ele, infelizmente, não lançou mais nenhum outro trabalho de estúdio solo.
É importante recordar que Andre Matos morreu no dia 8 de junho de 2019, aos 47 anos, devido a um infarto agudo do miocárdio.
Tempos atrás, durante entrevista ao canal Ibagenscast, o baixista Bruno Ladislau, profissional que trabalhou com o cantor brasileiro por quase dez anos, deu a sua opinião sobre o porquê de Andre não ter lançado mais nenhum outro disco de estúdio.
“A gente sabe que o Andre era um cara muito querido pelos fãs! Mas acho que o Andre, até um certo ponto, virou prisioneiro de si mesmo. Ele foi um cara que acertou a bola oito na caçapa muito cedo. Ele foi um cara que teve trabalhos icônicos desde muito cedo.
E nas redes sociais, você tem de tudo: fãs que realmente gostam do Andre e tem os fãs que o chamam de lenda e maestro, mas, lá atrás, falava que ele não estava cantando como cantava. E ele foi perdendo aquele ímpeto de fazer coisas novas por que foi ficando prisioneiro de si mesmo”.
Bruno continuou: “Ele via muita gente falando mal e a proximidade com os fãs, e saiba que tem muito fã bacana, pode ter tirado o ímpeto de continuar a compor. Ele compunha muitas coisas legais, mas as pessoas queriam ouvir Carry On, Make Believe e Fairy Tale.
Música é igual fotografia: ela registra o momento em que você estava. E eu sei que a música tem uma relação afetiva com momento de nossas vidas, mas, se o artista começa a absorver isso, ele vai achar que não consegue mais fazer músicas tão boas como nas épocas passadas. É por isso que falo que ele virou prisioneiro de si mesmo, na minha opinião”.
“As pessoas queriam ver o Andre da fase do Angra ou da fase do Shaman, mas não o Andre daquele momento. E o Andre foi um cara que conseguiu passar por gerações e mudar a sua maneira de interpretar as melodias. Isso é muito difícil, somente os grandes gênios conseguem.
O Andre do Viper é totalmente diferente do Andre do Angra, que é totalmente diferente do Andre do Shaman. A arte é mutável, a expressão é mutável. Os outros motivos para não fazer disco só ele sabia, mas ele não está aqui para falar pra gente. Essa é a minha visão sobre fatos”, finalizou.
Veja a explicação completa de Bruno Ladislau aqui:
Atualmente, Bruno toca na banda de prog/djent metal Vitalism, a qual já colocou no mercado os EPs Causa (2015), Sy (2017) e Anima (2024). Para mais informações sobre o conjunto, basta acessar aqui.
Via: Rockbizz