Aconteceu entre os dias 2, 3 e 4 de maio de 2025 a terceira edição do Bangers Open Air, antigo Summer Breeze, e o evento merece efusivos elogios e um relato do que foram estes três dias no Memorial da América Latina, em São Paulo.
Confira a cobertura de nossos colaboradores Caio Botrel e Luhana Botinelly e as fotos exclusivas de Jéssica Marinho.
O festival não apenas atraiu uma enorme quantidade de fãs brasileiros, mas também contou com um público considerável vindo de outros países, ávido para vivenciar a experiência única que o Bangers oferece. Metalheads de diversas partes do mundo convergiram para São Paulo, tornando o festival um verdadeiro ponto de encontro global para os amantes do gênero.
O evento nasceu em 2023, inspirado no festival alemão, Summer Breeze, que inclusive contou com o apoio da organização e, desde a primeira edição, já surpreendeu com os nomes trazidos ao Brasil.
Nesta edição quase inaugural, a estrutura montada para receber milhares de headbangers, percebe-se, foi cuidadosamente pensada em cada detalhe, com localização de fácil acesso até a disposição dos palcos e áreas de alimentação.
Outro ponto que merece destaque é a extrema organização do processo de credenciamento para a imprensa. O acesso foi facilitado, com um processo ágil e sem complicações, permitindo que os jornalistas e profissionais da área se concentrassem em cobrir o evento da melhor forma possível.
A excelência na organização foi tamanha que até mesmo um dos nomes mais exigentes do cenário heavy metal, tanto nacional quanto internacional, Aquiles Priester, não hesitou em tecer elogios durante o show de uma das maiores bandas da história do rock, W.A.S.P.
O elogio de Priester já é o prelúdio da opinião de quem vos escreve.
Senso de comunidade
Uma iniciativa particularmente louvável do Bangers Open Air foi a abertura de espaço para bandas de menor alcance e popularidade, permitindo que o próprio público votasse para integrá-las à programação. Essa demonstração de apreço pela diversidade musical e pela participação dos fãs na construção do evento enriqueceu a experiência de modo particular.
Repito: a organização demonstrou atenção aos mínimos detalhes, mas vale o destaque especial para a divulgação do festival. A atmosfera criada nos eventos de promoção pré-festival, as postagens interativas nas redes sociais e a divulgação cadenciada das bandas que comporiam o line-up geraram uma grande expectativa, alimentando a torcida do público pelo anúncio das suas bandas favoritas e criando um senso de comunidade antes mesmo dos portões se abrirem.
A equipe do Wikimetal realizou a cobertura de cerca de 35 bandas durante os três dias de evento, e um dos destaques inegáveis foi a pontualidade. A entrada de cada banda nos palcos era rigorosamente cronometrada, e mesmo eventuais atrasos foram mínimos, raramente ultrapassando 5 ou 10 minutos.
O cancelamento de três bandas
Entretanto, o cancelamento de três bandas, especialmente por representarem um nicho do metal moderno, acabou se tornando o calcanhar de Aquiles desta edição. Essa ausência gerou uma certa insatisfação entre os fãs que não se identificam tanto com o eixo thrash-power metal que acabou predominando no line-up final.
Vale lembrar que o foco do Bangers Open Air, desde suas edições anteriores, reside em trazer ao Brasil bandas renomadas dentro do cenário rock e heavy metal, mas que talvez não possuam o apelo massivo para figurar em festivais mais “comerciais” como o Rock in Rio.
A grandiosidade de bandas como Kreator, Testament, Kamelot, Ensiferum e entre outros, é inegável, especialmente pela fidelidade de seu público, e é mérito do Bangers Open Air acolher esses ícones em um palco dedicado aos verdadeiros headbangers.
Esta foi a primeira edição “flying-solo” do Bangers Open Air, e o aprendizado para a organização é um processo contínuo, identificando o que funciona e o que precisa ser aprimorado e aqui reside a certeza que a insatisfação do público deverá ser levada em consideração nas próximas edições.
Dada a sua abertura ao gosto diversificado do público metal, a aposta é que a próxima edição, em abril de 2026, irá compensar as ausências sentidas este ano. Apesar desse ponto sensível, o festival, de forma geral, não decepcionou os fãs presentes.
Decibéis ao Limite, ultrapassando a barreira do som
Outro aspecto que merece um breve comentário diz respeito ao volume do som. Sabemos que os headbangers gostam de um som alto, mas em algumas apresentações, o volume extrapolou o limite do confortável, tornando, por vezes, incômodo permanecer próximo às caixas de som.
Um exemplo notório foi a apresentação da banda Paradise Lost e também as bandas que se apresentaram no Waves Stage, onde, por se tratar de um ambiente fechado, a reverberação do som ecoava pelo auditório, dificultando, por vezes, até mesmo a distinção dos instrumentos.
Contudo, esses são ajustes pontuais que certamente servirão de aprendizado para a próxima edição, que já é aguardada com a mesma ansiedade e carinho em abril de 2026.
Bangers Open Air confirma edição para 2026
Atualmente, na humilde opinião de quem vos escreve, o Bangers Open Air ascende ao trono de melhor festival do gênero no país, ostentando com orgulho um troféu de organização exemplar em diversos aspectos cruciais para a experiência do público: acessibilidade para pessoas com deficiência, ambulatório médico, espaço dedicado às crianças, palco para bandas emergentes, área para autógrafos e fotos com os artistas, palco para as grandes atrações, uma variada e acessível oferta gastronômica, e um espaço de comércio e interação enriquecido por atividades paralelas, como a mini Horror Expo.
Vale repetir a mensagem da Redação na despedida do festival. O silêncio da música e o apagar das luzes deixaram um gosto de saudade, em uma curiosa sinestesia.
Aguardamos com grande expectativa a edição de 2026, nos despedindo de uma edição que, para esta equipe de imprensa e para incontáveis fãs que cruzaram o país, representou um dos momentos mais aguardados e bem aproveitados do ano.
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Via: WikiMetal