O trio mineiro Black Pantera recebeu o prêmio de “Música do Ano” da Associação Paulista de Críticos pela faixa “Tradução”, do álbum Perpétuo (2024).
Ao subir ao palco na cerimônia da noite de terça-feira, 10, o co-fundador e baixista Chaene da Gama dedicou o prêmio às mães dos três integrantes, Guiomar e Elvira, e também “a todas as mães do Brasil, as mães negras, as mães solo.”
“Falar de mãe é f*da e eu acho que a gente conseguiu imprimir e exprimir o que a gente estava sentindo e muitas pessoas se identificaram de uma maneira tão bonita, tão grandiosa. À nossa equipe, às nossas famílias, aos nossos fãs e amigos, todo mundo que acredita na gente. Ao underground brasileiro que está vivo e pulsante. Viva o rock nacional. Máximo respeito. Antirracismo. Sem anistia”, discursou Chaene.
Recentemente, a banda também foi premiada na categoria “Artista de Rock” do Prêmio da Música Brasileira 2025 – agora intitulado Prêmio BTG Pactual da Música Brasileira.
O significado de “Tradução” e recepção do público
A faixa “Tradução” se destaca como uma das mais sensíveis do disco Perpétuo (2024), do Black Pantera. Em entrevista ao Wikimetal em 2024, Chaene da Gama detalhou como a canção serve como um desabafo, não só sobre sua mãe, mas também sobre a realidade de diversas mães pretas e periféricas no Brasil que batalham e trabalham a vida inteira, mesmo já em idade avançada, para cuidar da casa e da família.
A faixa escrita com voz e violão e gravada no baixo causou estranhamento em alguns ouvintes que acusaram a banda de estar fazendo baladas. Chaene rebate: “Não estou fazendo balada. Estou falando da minha mãe, de racismo estrutural e como ele age na nossa vida.” Ao que o baterista Rodrigo Pancho complementa: “Pra mim é a letra mais pesada do disco porque a gente não queria viver isso. Todo mundo aqui queria que a mãe estivesse viajando, no luxo. Hoje, com a banda, a gente ainda não consegue dar isso pras nossas mães.”
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Via: Wiki Metal