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Blaze Bayley diz ter ficado arrasado com a morte de Paul Di’Anno

Wiki Metal 23 horas atrás


Em uma entrevista recente ao The Metal Voice, do Canadá, Blaze Bayley, ex-vocalista do Iron Maiden, falou sobre a morte de Paul Di’Anno, outro ex-frontman da banda, que faleceu em outubro do ano passado aos 66 anos. Questionado sobre sua reação inicial à notícia, Blaze compartilhou sentimentos profundos sobre o colega e amigo.

“Bem, ele já não estava com boa saúde quando o vi pela última vez, e já usava cadeira de rodas há algum tempo. Mas fizemos muita coisa juntos. Viajamos para vários lugares. Antes dos problemas na Ucrânia, fizemos uma turnê pela Rússia. Tocamos no Sweden Rock Festival, fomos à Austrália e à Nova Zelândia juntos. Compartilhamos muitos momentos.”

Blaze admitiu que ficou arrasado com a notícia: “Não posso dizer que não esperava, mas fiquei completamente destruído quando soube que Paul havia partido. Não achei que seria naquele momento. Parecia errado. Claro, foi cedo demais. Ele não deveria ter ido. Mas foi um baque. E você pensa em tudo que vivemos juntos”.

E a voz dele… Havia noites em que estávamos em turnê, com bandas incríveis que montaram para nós, e você fechava os olhos e ouvia ele cantando aquelas primeiras músicas do Maiden. Era como: ‘Ele está melhor do que nunca no disco.’ Incrível. Se você tivesse sorte, em alguns momentos em que ele estava descansado e sem estresse, ele simplesmente soava incrível. Ele é uma lenda. Aquela foi a voz que começou tudo, no primeiro álbum. Ninguém pode tirar isso dele”.

Braze continuou: “Os dois primeiros discos do Iron Maiden são os álbuns do Di’Anno’. E aquela era uma banda que não ligava para regras, que fazia o que queria, criando a música que achava ser a melhor possível. Eles não se importavam com o que diziam: ‘O refrão deveria ser aqui’, ‘O solo de guitarra deveria…’ Não ligavam mesmo. Não havia click track, nada. Tudo no estúdio era sobre vibe e timing. Dá para ouvir o que Paul faz. Parece que ele está lá, expressivo e cheio de atitude. E isso está na voz dele. Você sente a energia dele. Ele fez trabalhos fantásticos em seus álbuns solo também. É trágico que ele tenha partido.”

Homenagem nos Palcos

Blaze revelou que incluiu uma homenagem a Di’Anno em seu setlist atual: “No meu show, faço um pequeno tributo, e é divertido para mim. Canto “Wrathchild” no repertório. É para o Paul — me faz pensar nele. É uma desculpa para tocar uma música que eu adoro também. E é tipo: ‘Vamos lembrar do Paul.’ Por quatro minutos, pensem nele. E a música ganha vida. É uma ótima canção, que quebra as regras na estrutura e em tudo. Então, tudo isso combina com minha mentalidade.”

Bayley ainda lamentou que ele, Di’Anno e Bruce Dickinson nunca tenham se apresentado juntos: “Sempre esperei que um dia Paul, Bruce e eu pudéssemos subir no palco juntos. Um show só. Seria fantástico para os fãs. Esse sonho morreu com Paul, o que é uma grande pena. Eu achava improvável, mas não impossível. Agora é impossível, e isso é triste.”

Quando a morte de Di’Anno foi anunciada, Blaze postou em suas redes sociais: “Muito triste com a morte do meu amigo Paul Di’Anno. Nós fizemos várias turnês e shows juntos ao longo dos anos… Sweden Rock, Ucrânia, Austrália, Escandinávia. Ele tinha um ótimo senso de humor, e eram tempos loucos. Sua voz e sua música com o Iron Maiden e seus projetos solo viverão para sempre. Lembrado com carinho, saudade eterna. RIP.”

O Legado de Paul Di’Anno

Paul Di’Anno (nascido Paul Andrews) faleceu em sua casa em Salisbury. Nascido em 17 de maio de 1958, em Londres, ele ficou conhecido como vocalista do Iron Maiden entre 1978 e 1981, marcando época nos álbuns Iron Maiden (1980) e Killers (1981). Após deixar a banda, Di’Anno seguiu uma carreira solo e com grupos como Battlezone e Killers, além de lançar trabalhos autorais.

Mesmo com problemas de saúde que o limitaram a se apresentar em cadeira de rodas nos últimos anos, Di’Anno continuou ativo, realizando mais de 100 shows desde de 2023. Seu álbum retrospectivo, The Book of the Beast, foi lançado em setembro de 2024, celebrando sua trajetória pós-Maiden.

Paul Di’Anno deixou sua marca definitiva no Brasil com duas turnês emocionantes em seus últimos anos: a turnê de despedida de 2023, com mais de 30 shows entre janeiro e março, e uma última série de apresentações em 2024, que acabou se tornando seu derradeiro encontro com os fãs brasileiros. Apesar de ter anunciado em 2015, durante a turnê The Beast is Back, que aquela seria sua última passagem pelo país, o carinho do público e sua própria conexão com a terra do metal o fizeram retornar repetidas vezes.

Em 2023, Di’Anno percorreu diversas cidades em uma turnê triunfal, repleta de shows lotados e performances intensas, mesmo enfrentando limitações físicas. O vocalista sempre declarou seu amor pelo Brasil, tratando-o como uma “segunda casa”, e essa relação especial garantiu que ele voltasse em 2024 para alguns shows isolados e festivais, antes de seu falecimento em outubro do mesmo ano. Suas apresentações no país, especialmente as dos últimos anos, consolidaram seu legado como uma das vozes mais autênticas do metal, eternizando clássicos dos álbuns Iron Maiden (1980) e Killers (1981) na memória dos fãs brasileiros.

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Brunno Salgado

Desde a infância, sempre fui um grande amante da música. Aos 13 anos,
tive meu primeiro contato com o Rock! Desde então, não importa onde
morei — seja no interior ou na capital —, sempre me envolvi ativamente
com a cena musical. Estou presente em shows e festivais sempre que
possível, em uma busca constante por novas experiências sonoras que
ampliem meu repertório e minha paixão pela música.



Via: Wiki Metal

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