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Cirith Ungol se despede de São Paulo com celebração ao legado

Wiki Metal 8 minutos atrás


No dia 7 de março de 2025, marcou-se a despedida do Cirith Ungol em terras brasileiras. A banda, que ganhou status de cult, atua desde os anos 1970, mas decidiu encerrar suas atividades. Os fãs brasileiros tiveram a oportunidade de presenciar esse evento histórico e exclusivo em São Paulo. A apresentação ocorreu no tradicional Hangar 110 e recebeu fãs de diversas idades, que fizeram questão de dar seu último adeus. A noite contou ainda com a presença do Night Demon, banda que tem carregado a tocha do metal tradicional com maestria, além dos brasileiros Hellish War e Chumbo.

Chumbo e Hellish War abrem noite de celebração do Cirith Ungol

Com o público ainda chegando na casa, o Chumbo abriu a noite. Com um visual e uma sonoridade oitentista, entregaram um show intenso. Abrindo com a poderosa “Você contra o Mundo”, a banda já deixou claro a que veio, seguindo com a explosiva “Lutar”, que fez o público agitar. O peso de “Lixo Humano” e a grandiosidade de “Honra e Glória” reforçaram a identidade forte da banda. Com “Rock de Alta Voltagem”, o clima de celebração tomou conta, preparando o terreno para a marcante “Chumbo”. No encerramento, “Você Não É Ninguém” ganhou o público e reafirmou a força do Chumbo no cenário nacional.

O Hellish War incendiou o palco com um show intenso. Abrindo com a poderosa “Hellish War”, a banda mostrou sua força com riffs marcantes e energia contagiante. O público vibrou com “The Challenge” e cantou o refrão de “Metal Forever”, celebrando a paixão pelo gênero. O encerramento com “We Are Living for the Metal” transformou o show em um verdadeiro tributo ao estilo. Foi um ótimo aquecimento para o que estava por vir.

Night Demon empolga o público

O relógio marcava 21h quando o Night Demon subiu ao palco. O trio californiano, formado por Jarvis Leatherby (baixo e vocal), Armand John Anthony (guitarra) e Dusty Squires (bateria), conseguiu resgatar com maestria a essência da NWOBHM. Com um som que equilibra perfeitamente o heavy tradicional com uma performance potente, a banda empolgou o público desde o início, entregando uma apresentação incrível. O show começou com “Outsider”, faixa-título do álbum mais recente, levando os fãs a entrarem em uma máquina do tempo com destino ao melhor do estilo nos anos 1980. Sem tempo para respirar, o trio seguiu com “Screams in the Night”, uma das músicas mais emblemáticas do grupo, que manteve a energia em alta. Já no início, Night Demon demonstrava total domínio do palco, conduzindo o público com uma performance magnética.

Momentos de destaque não faltaram, e “Escape From Beyond” e “Dawn Rider” foram muito bem recebidas, mostrando como o repertório da banda mantém um equilíbrio perfeito entre riffs marcantes e melodia. Em “The Howling Man”, a atmosfera beirava o sobrenatural, com a banda criando um clima envolvente que fez o público vibrar. Já a arrastada “Beyond the Grave” trouxe um momento mais sombrio e cadenciado, provando a versatilidade do trio e sua capacidade de criar músicas cheias de clima que vão além da velocidade e dos riffs agressivos.

Banda interrompe o show mas sai ovacionada

No entanto, um episódio curioso marcou a performance de “Welcome to the Night”. Apesar dos pedidos do vocalista e baixista Jarvis para que não filmassem durante aquela música, algumas pessoas insistiram, e a banda interrompeu a apresentação por duas vezes, ameaçando até encerrar o show. O pedido fazia sentido, exaltando o momento, o agora, um gesto que reforçou a postura “old school” do Night Demon e sua valorização pela experiência ao vivo. Esse detalhe acabou intensificando a conexão entre banda e público, mostrando que, ali, naquele momento, a única coisa que importava era a música. O encerramento com “Night Demon” foi apoteótico, com a plateia completamente entregue e a banda saindo do palco muito aplaudida. O público, visivelmente satisfeito, ovacionou o trio, tornando esse encerramento uma verdadeira celebração do heavy metal.

Cirith Ungol no palco

Enfim, era chegada a hora mais esperada da noite. O Cirith Ungol chegou para se despedir dos fãs brasileiros. Era um misto de emoção entre os presentes. A felicidade esbarrava na angústia do que poderia ter sido a última vez. Deixando a carga emotiva de lado, o vocalista Tim Baker subiu ao palco junto de seu companheiro de longa data, Robert Garven (bateria), determinado a entregar o melhor aos seus fãs. Aliados a eles, a ótima dupla Armand John Anthony (guitarra) e Jarvis Leatherby (baixo), que já havia mostrado seu poder com o Night Demon, trouxe uma performance intensa, carregada de nostalgia e emoção, reafirmando o status mítico da banda dentro do heavy metal.

O show começou de forma avassaladora com “Atom Smasher”, um dos maiores hinos da banda, levando o público ao delírio logo nos primeiros acordes. O vocal inconfundível de Tim Baker, rasgado e carregado de sentimento, ressoava como se fosse um chamado de guerra para os fãs. Sem pausa para respirar, a sequência com “I’m Alive” e “Sailor on the Seas of Fate” manteve a energia em alta, com a plateia cantando cada verso e demonstrando sua reverência ao som épico e sombrio do Cirith Ungol.

Banda proporciona momentos mágicos

A noite seguiu com momentos de pura magia. Canções como “Blood & Iron” e “Chaos Descends” demonstraram todo o peso e a complexidade das composições da banda, com riffs marcantes e uma atmosfera carregada de misticismo. Quando “Frost and Fire” começou, o público foi à loucura. Essa faixa, uma das mais icônicas da banda, foi executada de maneira impecável, e o refrão ecoou pelo Hangar 110 como um hino eterno. Já “Black Machine” trouxe um lado mais direto e cru, levando todos a baterem cabeça.

O ápice do show ocorreu com “Master of the Pit” e “King of the Dead”, duas das músicas mais poderosas do repertório da banda. A execução foi impecável, e a resposta do público foi emocionante, com fãs visivelmente extasiados por estarem presenciando um momento tão especial. Para encerrar a noite, “Join the Legion” serviu como um verdadeiro chamado à irmandade do metal. Um último tributo à devoção dos seguidores do Cirith Ungol. Caso este tenha sido realmente o último show da banda no Brasil, não poderia haver uma despedida mais grandiosa e simbólica.

Ao final, a emoção era visível tanto no palco quanto na plateia. Cirith Ungol entregou um espetáculo memorável, mostrando que, mesmo após décadas de estrada, sua música continua viva e relevante. Para os fãs brasileiros, essa apresentação ficará marcada como uma celebração do legado de uma das bandas mais singulares do heavy metal. Se essa foi a despedida, foi uma despedida digna de lendas. Se houver um retorno, será recebido com ainda mais fervor. Mas, independentemente do futuro, o que aconteceu no Hangar 110 naquela noite foi pura história sendo escrita.

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Marcelo Gomes

Paulistano e apaixonado por rock desde os 10 anos, comecei a descobrir o universo da música pesada quando um amigo gravou uma fita K7 com Viper, Judas Priest, Metallica, entre outros. Na sequência, conheci o Black Sabbath e foi um caminho sem volta … Frequentador assíduo de shows, já acompanhei centenas de apresentações das principais bandas de rock/metal e suas diversas vertentes. Nos últimos anos, tenho transformado minha paixão pela música em palavras, compartilhando resenhas sobre shows e permitindo que os leitores vivenciem a emoção de cada apresentação.



Via: Wiki Metal

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