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‘City of Evil’: A virada monumental do Avenged Sevenfold que redefiniu o metal moderno

Wiki Metal 12 horas atrás


Avenged Sevenfold em 2023

O Avenged Sevenfold celebra neste sábado, 07, o aniversário de um marco em sua carreira: o lançamento de City of Evil. Lançado em 07 de junho de 2005, o terceiro álbum de estúdio da banda californiana não foi apenas mais um disco, mas um divisor de águas que abandonou as raízes metalcore do grupo e abraçou um som mais clássico e ambicioso, catapultando M. Shadows, Synyster Gates, Zacky Vengeance, Johnny Christ e o saudoso The Rev para o estrelato global.

Deixando o metalcore para trás: A nova sonoridade

No início dos anos 2000, o Avenged Sevenfold era uma força crescente na cena metalcore de Orange County, Califórnia, com álbuns como Sounding the Seventh Trumpet (2001) e Waking the Fallen (2003). No entanto, a banda sentia que o gênero tinha um teto.

“Sabíamos que queríamos escrever um disco que fosse mais acessível do que os que tínhamos feito antes”, revelou M. Shadows em entrevista à Loudwire. “Mudamos porque queríamos tocar o tipo de música que gostávamos, mas fomos inteligentes o suficiente para querer ser audíveis para mais pessoas. Sabíamos que o metalcore tinha um limite.”

Essa decisão consciente levou a uma transformação sonora radical em City of Evil. Os gritos guturais que marcaram os primeiros trabalhos deram lugar a vocais predominantemente limpos e melódicos. Para isso, M. Shadows passou meses treinando com o renomado coach vocal Ron Anderson (que trabalhou com Axl Rose e Chris Cornell), buscando um timbre que tivesse “garra”, mas ainda mantivesse o tom. O resultado foi uma performance vocal mais versátil e potente, capaz de transitar entre baladas emocionantes e rugidos controlados.

A mudança não se limitou aos vocais. As guitarras de Synyster Gates e Zacky Vengeance assumiram um protagonismo ainda maior, com solos e harmonias complexas que remetiam diretamente às suas influências de heavy metal clássico, como Iron Maiden, Metallica e Guns N’ Roses

“Bandas não tocavam nesse formato clássico de guitarra solo há muito tempo, então as pessoas estão abraçando isso quando fazemos, porque soa diferente para elas”, comentou Gates na época.

O baterista The Rev também elevou seu jogo, praticando incansavelmente para aumentar sua resistência e velocidade nos pedais, chegando a atingir 210 batidas por minuto, como registrado pela Last.fm. Essa combinação de vocais melódicos, guitarras virtuosas e uma seção rítmica poderosa definiu a nova identidade sonora do Avenged Sevenfold.

Produção e recepção: O nascimento de um clássico moderno

A produção de City of Evil ficou a cargo de Andrew Murdock (conhecido por trabalhos com Godsmack e Eighteen Visions), que já havia trabalhado com a banda em Waking the Fallen. Gravado em 2005, o álbum foi lançado pela Warner Records, marcando a estreia da banda em uma major label. A mudança de gravadora e a nova direção musical geraram expectativas, mas também ceticismo.

Contrariando parte da base de fãs original do metalcore, City of Evil foi um sucesso estrondoso. O álbum estreou na 30ª posição da Billboard 200 e, impulsionado por singles poderosos como “Bat Country”, “Beast and the Harlot” e a balada “Seize the Day”, conquistou a certificação de platina pela RIAA em agosto de 2009. “Bat Country”, em particular, tornou-se um hino, alcançando o status de single de ouro e ganhando forte rotação na MTV com seu videoclipe inspirado no filme “Medo e Delírio em Las Vegas”.

Até hoje, City of Evil vendeu mais de 2,5 milhões de cópias mundialmente, consolidando-se como o álbum mais vendido da discografia do Avenged Sevenfold até meados da década de 2010, segundo dados da Last.fm. O sucesso comercial provou que a aposta da banda em um som mais melódico e técnico havia sido acertada.

Legado e reconhecimento: Um álbum essencial

O impacto de City of Evil transcendeu as paradas de sucesso. O álbum não apenas solidificou o Avenged Sevenfold como uma das maiores bandas de metal do século XXI, mas também revitalizou o interesse por elementos do heavy metal clássico, como solos de guitarra elaborados e vocais melódicos, em uma época dominada pelo nu metal e metalcore.

O reconhecimento da crítica e da indústria veio em forma de inclusões em listas de prestígio. A revista Guitar World classificou City of Evil como o 63º maior álbum de guitarra de todos os tempos. A Kerrang! o incluiu em suas listas “666 Álbuns Que Você Deve Ouvir Antes de Morrer” e “50 Álbuns Que Você Precisa Ouvir Antes de Morrer”, além de ranqueá-lo na 35ª posição entre os “50 Maiores Álbuns de Metal de Todos os Tempos” em 2016. A Rolling Stone também o listou entre os 100 maiores álbuns de metal da história.

City of Evil representou a coragem de uma banda em evoluir e seguir suas próprias convicções artísticas, mesmo que isso significasse alienar parte de seu público inicial. O resultado foi um álbum atemporal, repleto de hinos que continuam a ecoar em shows e playlists de fãs de metal ao redor do mundo, provando que a aposta ousada do Avenged Sevenfold valeu a pena e deixou um legado indelével na história do rock.

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Via: WikiMetal

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