Menu

Entrevista: Edu Falaschi fala sobre turnê de ‘Temple of Shadows’ e possível show com o Angra

Wiki Metal 1 dia atrás


Edu Falaschi, um dos nomes mais icônicos do heavy metal nacional, anunciou recentemente uma turnê especial em celebração aos 20 anos do clássico álbum Temple of Shadows. A turnê terá apresentações com orquestra sinfônica e convidados especiais. Os ingressos já estão disponíveis no site oficial de Edu Falaschi.

Em entrevista ao Wikimetal, o vocalista adiantou novidades sobre a turnê e o projeto inédito de convidar cantores e cantoras independentes a participarem do show. Edu Falaschi revisou sua carreira e falou sobre o novo álbum da trilogia, inspiração, fãs brasileiros e o possível show com o Angra para celebrar os 20 anos do álbum Temple of Shadows.

Confira a conversa na íntegra:

Wikimetal: São 20 anos do clássico Temple of Shadows, um dos álbuns mais icônicos do metal brasileiro. Revisando aquela época, foi uma fase especial para sua carreira? Quais foram os maiores desafios?

Edu Falaschi: São 20 anos de um disco que marcou gerações. A gente vinha do Rebirth, que era um grande sucesso de lançamento da nova formação. A gente tinha tudo pra dar errado, pois tinha trocado três integrantes do Angra e a gente chegou com um disco maravilhoso que foi o Rebirth. Todo mundo contente, todo mundo naquela vibe alto astral. Então, tínhamos o desafio de mostrar para todo mundo que não foi um sucesso eventual, uma coisa de sorte. Tínhamos a responsabilidade de trazer um segundo álbum com aquela formação da qualidade do primeiro. Então, o grande desafio, eu acho, na época, foi encontrar coragem para falar, ‘Vamos sair do formato Rebirth, vamos inovar com um disco cheio de convidados especiais e com elementos da música brasileira bem acentuados, junto com rock progressivo, misturando com power metal’.

A gente realmente ousou muito naquele disco. O grande desafio não foi uma dificuldade, mas foi a banda encarar aquilo e bater no peito e falar ‘Vamos fazer por que é o que a gente está afim’. Eu acho que é muito importante a gente celebrar e para os fãs. E celebrar os 20 anos do Temple of Shadows da forma que eu estou oferecendo para os fãs com um concerto, alguns shows com orquestra. Juntando todas essas formas de entregas e de grandes experiências para os fãs, eu consigo entregar algo especial, que não é só celebrar do Kiko [Loureiro], do Rafa [Bittencourt] , do Felipe [Andreoli], do Fábio [Lione]. É a nossa história e eu acho que merece ser celebrada sempre que quiser. Temos um diamante nas mãos que eu acho que tem que ser exaltado sempre que puder.

WM: Você terá convidados especiais para essa comemoração. Pode nos contar mais sobre as participações na turnê e quem serão algumas delas? O que podemos esperar do show?

Edu Falaschi: Temos as bandas de abertura Auro Control, tem Noturnall, que é uma grande banda que eu amo, do meu amigo, meu irmãozinho Thiago Bianchi. Tem o show do Roy Khan, tocando músicas do The Black Halo, celebrando esse grande disco do Kamelot. E eu estou para confirmar outros convidados especiais, internacionais e nacionais. A gente está só aguardando algumas respostas para poder anunciar. Mas eu quero muito que tenha mais gente participando desse grande evento e tornar isso ainda mais especial.

WM: Qual sua participação na montagem e produção desse novo show? O que você pretende passar para o público?

Edu Falaschi: Você tocou em um ponto que é muito importante para mim: a entrega. Eu gosto de entregar o meu máximo para o fã em questão, não só de performance. E agora, dentro da minha carreira solo, eu já provei isso, já mostrei que eu gosto muito de entregar grandes experiências. E vou fazer isso de novo nesse grande show. Nesse palco que tem uma estrutura grande com orquestra sinfônica, várias bandas. É quase um mini festival. Vi um vídeo da Madonna, do Michael Jackson cuidando das produções dos próprios shows… A Madonna, ela podia, de repente, nem fazer nada, só chegar e cantar lá.

E eu sou mais ou menos assim. Eu gosto de cuidar de todos os detalhes, de chegar lá nas montagens, ver se está tudo correndo da forma que eu quero entregar para o fã. Então, vai ser uma grande produção que eu realmente, de fato, eu acabo fazendo parte de tudo, de todo o conceito do show, do início, da criação, do design, do palco, muitas vezes no desenho, no caderno. Tem a questão do orçamento, pois também são shows que eu coloco muito investimento pra poder dar essa entrega para o fã. Por isso até eu cuido bem de perto de toda a produção pra tornar cada segundo memorável pros meus fãs lá.

WM: Roy Khan será co-headliner em seu show em São Paulo. Podemos esperar alguma performance juntos? 

Edu Falaschi: Sim, a gente tá conversando sobre isso. Na verdade, ele já cantou comigo no meu outro show em São Paulo. Cantou a “Heroes Of Sand”. E a gente tá pensando em alguma fórmula diferente pra gente fazer algum tipo de parceria. Pra não ficar igual a gente fez no outro show, mas como ele vai estar lá, provavelmente a gente deve fazer algo junto, sim.

WM: Você está oferecendo uma oportunidade inédita para cantores e cantoras participarem da turnê e nós sabemos que é difícil conseguir uma chance dessas no meio do Metal. Como surgiu essa ideia?

Edu Falaschi: Eu tenho uma coisa dentro de mim, assim, que eu nunca me separei do Edu do começo da carreira. Eu me lembro muito bem das dificuldades que eu tinha pra conseguir contratos, pra conseguir shows e oportunidades. Eu me lembro muito bem desse momento da minha carreira. Por isso, sempre que eu tenho a oportunidade de ajudar quem está nesse lugar que eu já estive, nesse início, eu procuro fazer o meu máximo para poder esticar a mão e oferecer.

Então, dentro desse projeto que é essa turnê, por que não esticar a oportunidade de alguém que está começando e querendo uma oportunidade de estar em grandes palcos, de estar com uma produção profissional, uma estrutura grande, por que não oferecer para quem busca isso. E já que eu tenho essa oportunidade de poder trazer essa galera pra uma vitrine, por que não? Eu acho importante a gente ter essa consciência de que já iniciamos, como eles estão iniciando, e já tivemos essa essa dificuldade de conseguir grandes oportunidades. Então, eu ofereço isso. Uma oportunidade que eu não tive na época, do início, mas se eu posso oferecer, eu faço questão.

WM: Este ano ainda você começará as gravações do terceiro álbum de sua trilogia musical. Pode contar um pouco sobre esse lançamento?

Edu Falaschi: Como você falou, eu comecei a construir uma trilogia assim que eu decidi gravar o primeiro disco solo. Já que eu vou fazer, eu quero fazer algo que eu goste, algo épico. Eu sempre gostei de coisas épicas que tem uma trilha sonora épica e emocionante. Então eu vou escrever um disco épico, uma trilogia. Desenvolvi a história junto com o Fábio Caldeira, que é um grande parceiro, vocalista do Maestrick. E nós desenvolvemos. A primeira parte foi o Vera Cruz, a segunda parte, que a história já se passa mais pro México, foi o Eldorado, e já estou escrevendo a terceira parte da trilogia, pra ser lançada provavelmente em 2026.

Até legal você perguntar isso, muita gente me pergunta. Mas que vai sair agora, porque na época, quando eu lancei o Vera Cruz, a gente logo entrou em turnê, e depois gravamos o DVD, muito na sequência eu já lancei o Eldorado. Então existia o planejamento, eu queria fazer essa surpresa, como o Iron Maiden fez com o último disco. A gente tinha um disco novo do Iron Maiden assim. Então essa foi meio que a minha ideia. Falei, ‘vamos surpreender os fãs’. Todo mundo achou que eu ia lançar ainda mais alguns produtos, algumas coisas, entrar no estúdio, gravar o segundo disco. Então, quando ninguém esperava, eu cheguei com o Eldorado, com o disco pronto, lançado, músicas lançadas, single e clipe.

E justamente por ter dois discos na sequência, como ia ter uma lacuna maior entre o segundo disco e o terceiro, que é o final da trilogia, a gente deixou para o lançamento do Blu-ray, que vai sair agora, o Blu-ray Vera Cruz. Para sair nesse intervalo para não ficar um hiato muito grande e desvincular os lançamentos dentro dessa trilogia. Como eu falei em outras entrevistas, tudo que eu faço é muito pensado, calculado. Às vezes os fãs ficam meio ansiosos, mas tudo tem um porquê. E agora sim, como o disco vai entrar em produção, estou compondo, vai em tempo ainda até eu lançar em 2026, agora é o momento, como eu planejei antes, agora é o momento para lançar esse Blu-ray, que vai estar à venda também na turnê. E aí sim, produzir o terceiro disco e finalizar a trilogia.

WM: Olhando para o passado e considerando toda a sua carreira… Tem alguma coisa que você teria feito diferente?

Edu Falaschi: Claro, a gente sempre evolui. E cometi alguns erros na minha carreira, no passado. E cometi erros pessoais. E a gente vai evoluindo, vai aprendendo como ser humano, como profissional. E agora a gente se arrepende de algumas coisas, alguns caminhos que a gente tomou. Eu acho que é importante a consciência de você entender que você também errou em determinados momentos, que você hoje se arrepende de alguma coisa que não faria de novo. Agora, a grande maioria das coisas que eu fiz, eu fiz de coração.

Coisas que eu fui arrumando com o tempo e que me ajudaram a ser o Edu que eu sou hoje. Moldaram o Edu empreendedor, o Edu, vamos dizer, construiu uma carreira solo do zero meio que sozinho ali no início porque foi um período difícil depois que eu saí do Angra e uns 5 anos patinando na carreira tentando ver quais seriam os caminhos e aprendendo com os erros até que eu me encontrei e emplaquei com a carreira solo em 2017, rodeado de pessoas boas e importantes, que me ajudaram a chegar até aqui. Então, mais ou menos isso.

WM: Em algum momento você pensou em uma parceria/show com o Angra para celebrar os 20 anos do disco?

Edu Falaschi: Muita gente me pergunta isso. Agora, eu vou confessar pra vocês que eu tenho saudade dos caras, dos momentos bons que a gente viveu. Porque a gente não viveu só coisas ruins. A gente viveu muita coisa boa e faz tempo que eu não encontro a maioria deles. Apesar que a gente voltou a se falar, eu e o Felipe, o Rafa também, nos comunicamos por telefone e WhatsApp, mas o Kiko faz tempo que eu não falo. Eu não tenho muito rancor. A gente fica bravo, tem um momento de fúria, momento de tristeza, mas a vida é muito curta, o tempo passa muito rápido e eu tenho muito carinho por eles, tem muitas boas lembranças e seria muito legal se a gente pudesse fazer algo no meu show, alguma coisa junto. Não tenho nada concreto. Mas eu super topo, acho que ia ser super legal a gente fazer essa celebração juntos de alguma forma.

Se não for com todos, com alguns deles. Mas eu acho que esse momento vai ir. Vai amadurecer e alguma hora vai rolar alguma coisa. Eu não me oponho a nada não. Acho que a gente construiu uma parada histórica e todo mundo acaba se utilizando disso até hoje. A gente conversou muito no passado e tem uma coisa que eu falava que é a música, ela sempre vai ser maior que o músico. Sempre. O músico, ele cria, é importante, mas o músico passa, e um dia morre, é esquecido ou não, ou só é lembrado de vez em quando, mas a música está lá. Tem gente que conhece a música e não sabe nem quem é o cantor, nem quem é o compositor, nem quem é a banda. E você vê a força da música. Então, é o que fica. Então, eu acho que em determinado momento a música vai nos unir novamente aí e vai ser muito legal.

WM: Pode fazer um convite para os leitores da WIKIMETAL para seu show?

Edu Falaschi: Bom, primeiramente obrigado a Wikimetal pelo apoio de sempre, sempre junto comigo em todos os momentos. E principalmente nos momentos que eu precisei de vocês que estavam lá para me ajudar. E o que vocês precisarem de mim também, estou na área. Mandar um abraço a todos os fãs da Wikimetal, os leitores. Dizer também que tem as minhas redes sociais no Instagram e Facebook, que são as que eu uso mais. Estou lá pra receber todo mundo e vejo vocês, a Wikimetal, jornalistas, o pessoal da equipe, todo mundo no show de São Paulo, que vai rolar dia 5 de julho no Tokio Marine Hall com orquestra sinfônica, Auro Control, Noturnall, Roy Khan também com orquestra sinfônica, tocando o The Black Halo, então vai ser muito legal ter vocês lá.

LEIA TAMBÉM: Entrevistamos Stratovarius, atração do Monsters of Rock 30 anos; confira na íntegra

Jéssica Marinho

Repórter e Fotógrafa em cobertura de shows, resenhas, matérias, hard news e entrevistas. Experiência em shows, grandes festivais e eventos (mais de mil shows pelo mundo).

Portfólio com matérias e entrevistas na Metal Hammer Portugal, Metal Hammer Espanha, The Metal Circus (Espanha) Metal Injection (EUA), Wikimetal e outros sites brasileiros de cultura e entretenimento.

Também conhecida como A Menina que Colecionava Discos – [email protected]





Via: Wiki Metal

Comentar

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *