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Entrevista: Grutle Kjellson, do Enslaved fala sobre seu álbum e show no Brasil

Wiki Metal 6 horas atrás


Enslaved

Enslaved, banda do primeiro escalão do black metal norueguês, esteve no Brasil, para uma única apresentação em São Paulo. O show aconteceu no dia 14 de novembro de 2024, na Fabrique Club.

Durante a passagem da banda ao Brasil, o Wikimetal entrevistou um dos fundadores da banda, o baixista Grutle Kjellson. O músico falou a respeito do novo álbum Heimdal e a celebração de 30 anos do álbum Vikingligr Veldi, ápice da carreira do Enslaved, e é claro, das expectativas para o show de São Paulo. Confira a entrevista na íntegra logo abaixo.

Wikimetal: O que inspirou você a revisitar a figura de Heimdal neste novo álbum?

Grutle Kjellson: Heimdal é uma das figuras mais intrigantes da mitologia nórdica, atuando como guardião e possuindo o dom da clarividência. Este álbum explora temas de vigilância e transição, ressoando com nossa visão de mundo atual e nossa evolução musical.

WM: O Enslaved sempre teve uma abordagem única em relação ao black metal, evoluindo para um estilo mais progressivo. Como você descreveria essa jornada musical ao longo dos anos?

GK: Nossa jornada tem sido sobre explorar limites e misturar gêneros. Sempre fomos inspirados pela energia crua do black metal, ao mesmo tempo em que abraçamos as narrativas expansivas do rock progressivo, resultando em um som que é ao mesmo tempo antigo e moderno.

WM: O álbum Heimdal é considerado uma continuação natural de Utgard. Quais são as principais diferenças e evoluções entre esses dois trabalhos?

GK: Enquanto Utgard era mais sobre explorar o desconhecido e o subconsciente, Heimdal dá um passo adiante, focando nos temas de transição e proteção. Ele apresenta composições mais complexas e uma atmosfera sonora mais rica.

WM: O Enslaved sempre manteve a mitologia nórdica como tema central em suas composições. Quão importante é conectar esses temas antigos com questões modernas, como vocês têm feito em suas letras recentes?

GK: A natureza atemporal da mitologia nórdica nos permite traçar paralelos entre desafios antigos e modernos. Ao explorar esses temas, abordamos questões contemporâneas como identidade e a condição humana.

WM: Heimdal foi elogiado por sua produção rica e sons complexos. Como vocês trabalharam para criar essa profundidade e riqueza em estúdio?

GK: Alcançar a profundidade do álbum envolveu experimentação com diferentes técnicas de gravação e camadas. Incorporamos uma variedade de instrumentos e efeitos, garantindo que cada faixa tivesse uma textura e atmosfera únicas.

WM: Vocês são uma banda que sempre trabalhou com diferentes estilos dentro do metal. Como equilibram os elementos tradicionais do black metal com as influências progressivas e vikings que surgiram ao longo dos anos?

GK: Equilibrar esses elementos é uma questão de honrar nossas raízes enquanto abraçamos a evolução. Misturamos a agressividade do black metal com a narrativa e a complexidade dos temas progressivos e vikings para criar um som coeso.

WM: O nome da banda foi inspirado por uma música do Immortal, “Enslaved in Rot”. Como vocês enxergam essa conexão com as raízes do black metal norueguês hoje?

GK: Nosso nome é uma homenagem ao espírito cru e pioneiro do black metal norueguês inicial, um lembrete constante de nossas origens enquanto continuamos a inovar e explorar novos territórios.

Celebração de 30 anos do álbum ‘Vikingligr Veldi’

WM: O Enslaved está celebrando 30 anos de Vikingligr Veldi com um show exclusivo em Oslo. Como foi revisitar seu álbum de estreia três décadas depois?

GK: Revisitar Vikingligr Veldi é ao mesmo tempo nostálgico e empolgante. Isso nos oferece a chance de refletir sobre nossa jornada e compartilhar essa energia fundamental com fãs antigos e novos.

WM: Vikingligr Veldi marcou um ponto de virada na cena do black metal. O que você acha que torna este álbum tão icônico e influente mesmo após 30 anos?

GK: Seu status icônico reside em sua singularidade e autenticidade. Ele capturou um momento de energia bruta e expressão criativa que ressoou profundamente na comunidade do black metal e além.

WM: Por fim, quais são os planos futuros do Enslaved após a turnê de Heimdal? Podemos esperar novas explorações musicais ou colaborações?

GK: Após a turnê de Heimdal, pretendemos continuar explorando novos horizontes musicais. Colaborações e diferentes experimentações sonoras estão definitivamente nos nossos planos, pois permanecemos comprometidos em ultrapassar limites

Sobre a banda

O Enslaved é uma banda de metal extremo formada em 1991, na cidade de Sveio, na Noruega, por Ivar Bjørnson e Grutle Kjellson.

Conforme biografia da banda, a evolução do Enslaved foi acontecendo aos poucos. Seu primeiro EP, Yggdrasil, de 1992 marcou uma mudança crucial para a cena do metal extremo norueguês. A banda reivindicava um conceito e estilo musical independentes, afastando-se das imagens satânicas e letras comuns na época.

O principal tema do grupo era a mitologia norueguesa e viking, mas musicalmente, ainda traziam semelhanças com o som de Darkthrone e Immortal.

Foi então que em 1994, a banda realmente começou a se diferenciar do black metal tradicional, com o lançamento do álbum Vikingligr Veldi. A obra, que completa 30 anos este ano, marcou o auge de sua criatividade, combinando o black metal com uma atmosfera épica, guitarras intensas e teclados majestosos, resultando em um trabalho marcante.

Conforme a evolução musical acontecia, as mudanças na formação da banda ficaram mais frequentes. Tanto que na formação atual do Enslaved existem somente dois dos membros fundadores, Ivar Bjørnson (guitarra e teclado) e Grutle Kjellson (vocal e baixo). E ao passar dos anos, consolidou-se com Ice Dale (guitarra), Håkon Vinje (teclado e vocal) e na bateria Iver Sandøy.

Confira o videoclipe da música “Congelia”, do novo álbum Heimdal, presente no setlist do show do Enslaved em São Paulo, conforme cobertura do site Sonoridade Underground:

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Via: WikiMetal

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