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Entrevista Shiraz Lane: Anna Vilkkumaa fala que a banda já está trabalhando em seu próximo álbum

Wiki Metal 4 semanas atrás


Anna Vilkkuma, do Shiraz Lane

Atualmente, a Finlândia tem um pouco mais de cinco milhões de habitantes. Para se ter uma comparação, apenas a cidade de São Paulo conta com mais de doze milhões. O país é pequeno, mas a quantidade de bandas de rock e metal nascidas lá impressiona.

Saindo um pouco das mais tradicionais, como Nightwish, Apocalyptica, Children Of Bodom ou Sonata Arctica, temos alguns grupos menos conhecidos, como o Shiraz Lane.

Naturais da cidade de Vantaa, eles se destacam como um nome dentro do hard rock surgido em anos mais recentes, que une elementos diversos de diversos estilos de diferentes músicas, que impressionam e estão bastante acima da média.

Em entrevista exclusiva com o Wikimetal, o baterista Anna Vilkkumaa comentou sobre as diferenças entre os álbuns da discografia, a evolução da banda, sobre o fato de eles estarem gravando o quarto registro e mais.

A banda recentemente lançou o EP Acoustic Archives, que conta com algumas releituras de músicas de seus trabalhos anteriores. Entretanto, ele não está disponível nas plataformas de streaming, apenas no YouTube e em formato físico. O músico explica que todos eles “amam a arte das cópias físicas, dos álbuns físicos”.

“Mesmo hoje em dia, há algo mágico em colocar as mãos em uma cópia da música. Você tem um CD físico, pode conferir a arte da capa, pode ver como é a banda e, para mim, há algo mágico nisso. Definitivamente queríamos dar essa experiência aos fãs e transmitir o tributo, transmitir o legado dos álbuns físicos, da música física.”

Sobre a escolha de músicas, ele descreveu como algo “bem natural”: “ao longo dos anos, fizemos versões incríveis de nossas próprias músicas, arranjos acusticamente diferentes, e meio que nos divertindo com as músicas, fazendo-as soar diferentes.”

Com relação a músicas favoritas, ele explicou que não é a mesma para todos os integrantes, mas uma de suas escolhidas foi “Keep It Alive”, do EP Vibration I (2020): “porque é o tipo de groove latino que tem, o tipo de samba que tem. Realmente, para mim, como baterista, é maravilhoso.”

Outra que ele também citou, mesmo que afirme que sua resposta provavelmente mudaria amanhã, foi “Forgotten Shades Of Life”, do álbum de mesmo nome, lançado em 2022. “Quando tocamos, você meio que só sente, e eu sinto que você mergulha profundamente no reino da música. Você não pensa em mais nada. Você meio que vive o momento. E para mim, “Forgotten Shades of Life” é uma daquelas músicas em que você apenas foca no momento em que a toca e, sim, isso é algo lindo.”

Recentemente a banda vem postando alguns clipes em estúdio, e Vilkkumaa revelou que eles estão trabalhando no quarto álbum do Shiraz Lane. Ele já gravou a bateria de quatro faixas, enquanto os guitarristas Jani Laine e Mikki Kalske e o baixista Joel Alex estiveram em estúdio na semana passada. Seguindo essa parte, foi a vez do vocalista Hannes Kett.

“Posso dizer que as músicas soam muito, muito boas e são uma das melhores músicas, provavelmente as melhores que já fizemos. Todos nós mal podemos esperar para que vocês ouçam.”

Em 2028 o Shiraz Lane lançou Carnival Days, o melhor registro de sua discografia. Além do hard rock que a banda já havia trazido em seu primeiro álbum, For Crying Out Loud (2016), é possível perceber uma série de elementos diferentes, que agregam — e muito — à construção do trabalho.

Ele explicou que a banda tem uma série de influências dentro do rock, mas fora dele também, e que, neste álbum, “acho que realmente conseguimos” usar dessas inspirações, “principalmente com alguns arranjos de saxofone, com a música ‘Reincarnation’, vamos com tudo ao reggae em determinado momento, e acho que essa é a beleza do álbum.”

“Então acho que naquela época tivemos a coragem de fazer coisas estranhas também. Tivemos a coragem de ir a lugares que não eram musicalmente previsíveis. E eu acho que essa é a beleza do álbum. Ainda está cheio de rock and roll, mas tem elementos muito legais que não são do rock and roll, sabe?”

Os três álbuns da banda têm alguns pontos em comum, mas no geral, diferem-se bastante entre si. Enquanto o primeiro, como o próprio baterista disse, possui uma levada mais próxima do garage rock, o terceiro, Forgotten Shades Of Life é um tanto quanto mais pesado e obscuro, em especial, se comparado com seu antecessor.

Ele falou sobre o impacto que a pandemia teve: “Como banda, como músico, você está acostumado com o fato de poder se apresentar ao vivo, e não tivemos essa experiência durante a pandemia. Então você meio que sente como se estivesse em uma jaula porque não pode subir ao palco e se apresentar por causa disso.”

“Estávamos apenas passando tempo juntos no local de ensaio do nosso estúdio e apenas escrevendo coisas e fazendo isso juntos, só nós cinco, apenas improvisando e tocando nossos instrumentos e, sim, talvez mais pesado, talvez um pouco mais sombrias por causa da pandemia, porque nossas vidas estavam no estado… não conseguíamos obter a felicidade de performar. Então estávamos, você sabe, dentro de quatro paredes, meio que, não deprimidos, mas meio chateados e escrevendo músicas meio sombrias e pesadas.”

Outra diferença entre os dois registros mais recentes, tem a ver com a sua produção. Salvo “Imagination” e “Beat Of Your Heart”, que são criações especiais para Kalske e Kett, respectivamente, “as músicas são mais ou menos criadas no nosso ensaio, na nossa sala de ensaio. Então queríamos alcançar a vibe da banda, a vibe da garagem e a vibe da sala de ensaio. Então gravamos ao vivo. Gravamos na mesma sala, cinco de nós tocando juntos ao mesmo tempo.”

Comentando pouco sobre este vindouro álbum do grupo, o baterista revelou que Per Aldeheim, produtor de Carnival Days, voltou a trabalhar com eles: “os elementos de Carnival Of Days estão lá”.

Em 2025 eles retornam, pela terceira vez, ao Monsters Of Rock Cruise, sendo que as duas participações anteriores foram descritas pelo músico como “os momentos mais felizes” de sua vida. “Como finlandeses, não experimentamos tanto o sol e o verão. Então, temos invernos longos e está escuro o tempo todo, então você poder fazer shows no mar do Caribe, onde o sol brilha, é quente, é legal, todo mundo está cheio de rock and roll, tem sido incrível”

A banda se iniciou em 2010 e algumas mudanças aconteceram, mas Vilkkumaa se orgulha delas e as considera “naturais”: “crescemos como músicos, crescemos como banda e crescemos juntos. Somos pessoas diferentes do que éramos há dez anos. Somos muito mais, eu acho, melhores músicos. Para mim, fazemos música melhor agora, embora ainda assim, antigamente, fossem bons tempos, sabe, mas é tipo, é como uma família.”

Ao perguntar sobre sua carreira, ele a descreveu como: “tem sido como um sonho tornado realidade. Para mim, tem sido uma jornada para toda a vida. Mas a jornada apenas começou.”

“Eu acho que para nós, mesmo que tenha sido a maior parte do meu coração e da minha alma, estamos investindo nessa banda, na música, mas ainda assim, está apenas começando.”

A banda veio ao Brasil em 2019 e ele relembrou a ocasião: “Ficamos todos muito impressionados com o fato de que muitas de nossas músicas, nossos fãs brasileiros poderiam cantá-las. E para nós, o fato da nossa música ter transmitido e ter percorrido, você sabe, pelo mundo e até o Brasil. E vocês gostam da nossa música. Isso é tão maravilhoso e estamos muito felizes em ouvir isso. E durante esses shows de 2019, pudemos ver isso com nossos próprios olhos, e foi tão maravilhoso que queremos muito voltar. Porém, durante este ano, durante este período, não tenho certeza de quando poderemos voltar, mas espero que em breve.”

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Via: WikiMetal