Na última sexta-feira, 5, o Knotfest Brasil divulgou o line-up da edição deste ano, que vai rolar nos dias 19 e 20 de outubro no Allianz Parque, em São Paulo. Como de praxe, as atrações agradaram uns e desagradaram outros, o que faz parte do jogo, portanto, está tudo dentro dos conformes.
O evento terá, pois, shows internacionais, decerto, e contará também com nomes do rock n’ roll e heavy metal brasileiro, como se fosse uma cota de representação da turma de nossa casa.
No entanto, para o pranto e desespero de alguns que adoram citar os mesmos nomes brasileiros, a nossa cena tem muitas bandas fazendo som de primeira e que se encaixariam como uma luva no fest.
A nossa pretensão não é – e jamais será – desmerecer as pratas da casa escolhidas para tocar no festival, contudo, queremos jogar luz em 7 bandas brasileiras que abrilhantariam ainda mais o Knotfest Brasil 2024.
Surra
Sem sombra de dúvida, o trio faz atualmente o show mais legal e energético da cena brasileira. O quê anárquico imposto nas apresentações dos caras é um grande dedo do meio ao bom mocismo que impera no mercado fonográfico.
A música perambula pela fórmula do crossover, mas não se prende a rótulos, visto que salpica o som com metal tradicional e outros ingredientes sonoros. A porradaria musical perpetrada pelo Surra instiga stage diving e mosh pits, e isso combina muito com o teor do festival.
Gangrena Gasosa
Veterana da cena carioca, a banda não abaixa a cabeça para o próprio capeta e sua potestade, portanto, não serão os grupinhos estrangeiros que vão colocar algum temor em Angelo Arede (Zé Pelintra), Davi Stermimiun (Omulu), Diego Padilha (Exu Tranca Rua), Ge Vasconcelos (Pombagira Maria Navalha), Minoru Murakami (Exu Caveira) e Alex Porto (Exu Tiriri).
Gangrena incorpora elementos de umbanda e religiões afro-brasileiras com heavy metal numa receita única. Os seus shows são uma espécie de sessão de desobsessão ao som de um crossover sem firulas, mas com direito a pipoca, farofa, vela e cachaça.
Crypta
As meninas estão conquistando cada vez mais território no mercado europeu e norte-americano, e isso se dá pelo trabalho consistente, profissional e pela máquina bem azeitada que estão construindo passo a passo.
Hoje em dia, elas estão com um show redondo, bem produzido e páreo a qualquer banda de death/black metal, com isso, é um ativo e tanto para qualquer evento de metal.
Torture Squad
O quarteto é outro veterano que vem levantando a bandeira do thrash/death metal nacional há mais de trinta anos. Mesmo assim, o ímpeto de ir além e mostrar novas facetas sonoras têm sido sua tônica a cada material lançado, e isso pode ser conferido em Devilish, full-length mais recente de Mayara “Undead” Puertas (vocal), Amilcar Christófaro (bateria), Castor (baixo) e Rene Simionato (guitarra).
Claustrofobia
Assistir a shows de Marcus D’Angelo (vocal e guitarra), Rafael Yamada (baixo) e Caio D’Angelo (bateria) deveria se tornar um dever cívico a todos os brasileiros. Com mais de meia dúzia de discos na praça e milhares de apresentações nas costas, os caras têm milhagem o suficiente para encarar um público grande, tirar tudo de letra e, de quebra, deixar muito gringo comendo poeira.
Hatefulmurder
O expediente do quarteto, que já passou dos quinze anos de estrada, é pisar fundo no acelerador do death metal e devastar tudo que ousar se prostrar à sua frente. A frontwoman Angélica Burns, por exemplo, é uma espécie de personificação de Lilith, “demônia alada”, visto que sua voz é desgraçadamente visceral e a sua performance ao vivo recheia o clima apocalíptico de forma estonteante.
The Troops of Doom
O slogan proposto pelos músicos é: “Make metal evil again” [“fazer o metal mau de novo”, em uma tradução livre]. Posto isso, o ouvinte pode imaginar quais são as credenciais do quarteto.
Mas, caso não tenha ficado essencialmente claro, o negócio do conjunto é rezar basicamente na cartilha do death metal e martirizar, sem um pingo de dó, os ouvidos mais singelos. Ver o The Troops of Doom ao vivo, é se defrontar com a excelência do metal brasileiro.
Via: Rockbizz