O rock n’ roll já é um ilustre e elegante senhor de mais de oitenta anos; criado, basicamente, a partir do blues, rhythm n’ blues e bluesgrass, o rebento musical, logo em suas primeiras codificações, tomou, deliberadamente ou não, a fama e, até mesmo, a responsabilidade de ser um agente contestador do status quo da sociedade.
Mesmo sendo tachado por muitos como uma arte pobre e marginalizada, sobretudo pela aristocracia vigente ao longo da história, o povão assinou embaixo e mergulhou de corpo e alma no ritmo pulsante e no teor e na aura questionadora, assim, os bailes e os shows vêm reunindo fãs e seguidores nos quatro cantos do planeta.
Para àqueles que queriam a extinção e a cabeça do estilo musical, o tiro saiu pela culatra, visto que, a partir do berço rock n’ roll, foram criadas mil e uma outras misturas sonoras e, claro, subgêneros do estilo.
Ou seja, a família vem crescendo e o papai rock n’ roll, bem como seus descendentes, tem se tornado cada vez mais atores principais na dinâmica cultural de cada década.
Para efeito ilustrativo, queremos recordar algumas formas de rock, a prole do orgulhoso patriarca da música pesada. Não temos a pretensão de esgotar o assunto neste espaço, já que seria rigorosamente impossível. Vamos apenas lançar luz em alguns brilhantes expoentes de nosso querido estilo musical. Dito isso, vamos ao trabalho!
Folk rock: Nos anos 60, a turma formada por nomes como Joan Baez, Bob Dylan e Pete Seeger trataram de misturar o som celta e bretão, por exemplo, para dar vida a um estilo cheio de camadas e com bandeira fincada na vibe acústica.
Rockabilly: Aqui é rock com forte sotaque da turma caipira dos Estados Unidos, isto é, com o pezinho no country. Jerry Lee Lewis e Roy Orbison são alguns dos principais nomes do estilo.
Punk rock: Por incompetência técnica ou não, o menos é mais se tornou a palavra de ordem no punk. Surgido no final dos anos 70, a faceta musical teve seus principais expoentes na Inglaterra e Estados Unidos. Grupos como The Clash, Sex Pistols e Ramones são considerados o triunvirato do estilo.
Arena rock: É uma união entre o progressivo e o heavy metal, no entanto, é formatado em um grandiloquente pacote sonoro cujo os habitats são os grandes espaços como estádios, ginásios e arenas (daí o nome).
Linhas melódicas viciantes e solos de guitarra criados para que sejam cantados de maneira uníssona são algumas de suas características. Queen é um dos nomes mais apreciados do gênero.
Art rock: Considerado o embrião do rock progressivo, a faceta sonora anda de mãos dadas com o quê mais erudito da literatura. Dessa forma, é comum nos depararmos com citações de textos, romances e poemas de grandes pensadores em meio aos sons. King Crimson é o maior nome do art rock.
Country rock: É basicamente a música country tocada com mais eletricidade e distorção. As saborosas nuances sonoras são bancadas, a título de exemplo, pelas encorpadas palhetadas híbridas e pela união dos timbres gordos de uma Les Paul e os sons estalados de uma Stratocaster. Buffalo Springfield e Crosby, Stills, Nash & Young representam bem o estilo.
Blues rock: Se o negócio é improvisar na guitarra como se não houvesse amanhã e colocar ainda mais pimenta no blues, o filhote blues rock é o nome certo para o job. Nomes como Cream, Joe Bonamassa e George Thorogood & The Destroyers dão uma boa noção do que o estilo tem a oferecer ao ouvinte.
Southern rock: Vindo do sul dos Estados Unidos, a ideia básica desta faceta de som é integrar sob o mesmo guarda-chuva o country, blues e o rock. O estilo não se acanha em fixar seu ponto mais nobre nos trabalhos das seis cordas. Lynyrd Skynyrd e The Allman Brothers Band dão a temperatura do que se trata o southern rock.
Progressive rock: No final dos anos 60, o rock começou a incorporar a complexidade do jazz e da música erudita em seu DNA. As composições tomaram proporções megalomaníacas com improvisações e solos de guitarra, teclado, bateria e, até mesmo, de baixo que duravam um bocado de tempo. Na dianteira do movimento estão Pink Floyd, Yes e Emerson, Lake & Palmer.
Pop rock: Quando ouvimos a palavra pop dá logo um enjoo; pior, o ranço rapidamente se instala em nossos julgamentos, devido ao que é comercializado sob tal bandeira. O estilo é focado no grande público, as canções podem durar cerca de três minutos e são fabricadas para serem maciçamente tocadas nas FMs até que outra bola da vez ganhe vida e o ciclo se auto alimente.
Há coisas boas em tal estilo? Com certeza, mas precisa peneirar bastante para achar pepitas de ouro como Tears for Fears e Simple Minds, que sofisticaram seus sons com influência de outros gêneros musicais.
Jazz rock: A sofisticação melódica, harmônica e rítmica do jazz, que caminhava por estradas menos distorcidas, quis colocar o pezinho no rock e saborear uma pegada mais livre, leve e solta. Jeff Beck e Carlos Santana representam bem o jazz rock, embora tenham anexado outros estilos em suas respectivas artes.
Classic rock: Aqui a coisa se resume em um bom arroz e feijão! Classic rock não cisca no terreiro dos vizinhos, não se fundamenta em atalhos e em influências exógenas. O esquema é edificado com voz, guitarra, bateria e baixo e fim de papo. AC/DC é o exemplo mor do poderio sonoro do estilo.
Hard rock: Quando a música pesada começou a ganhar vida, a mídia e muitos músicos acharam conveniente chamar o novo rebento de hard rock, contudo, não congregava o poderio sonoro do estilo, que, pouco tempo depois, foi batizado de heavy metal.
A partir daí, o hard rock ficou livre para ter a grandeza do arena rock, a leveza do pop rock e a virtuosidade do progressive rock, ainda que em doses essencialmente menores. Van Halen, Guns N’ Roses, Def Leppard e Scorpions dão uma bela noção do que é o hard rock.
Glam rock: O glam tem o espírito livre do punk rock e os contornos técnicos do hard rock, mas com o plus visual de usar mais maquiagem e adornos que deixariam a saudosa personagem Elke Maravilha parecendo uma distinta dama recatada e do lar.
Mötley Crüe e Poison comandam a série A do gênero, mas o estilo joga em séries mais elementares, assim, nomes como Pretty Boy Floyd, Enuff Z’Nuff, Warrant e L.A. Guns também participam da farra.
Alternative rock: Com forte sotaque do palatável pop rock e com um trabalho de guitarra despojado digno do punk, o alternative rock saiu das vielas frias e escuras do underground para ganhar holofote de super star.
Mesmo assim, a tônica do alternative rock é o DIY – Do it yourself [Faça você mesmo, em uma tradução livre], além disso, quanto mais exótico, maiores serão as chances de encontrar eco no pessoal que frequenta festivais como Lollapalooza.
Emo rock: Variação direta do alternative rock, mas com a preocupação de soar mais melódico e açucarado aos ouvidos dos fãs. A vibração juvenil, mesmo em marmanjo de quarenta anos, é um dos motes do estilo, que ainda goza de certa popularidade. My Chemical Romance, Good Charlotte e Fall Out Boy fazem as honras do emo rock.
Via: Rockbizz