Mr.Big reúne greatest hits em ‘Lean Into It’, segundo álbum da carreira

Mr.Big está entre as bandas mais técnicas do hard rock, e isso é fato, não está aberto à discussões. Tendo lançado seu primeiro álbum em 1989, auto-intitulado, a banda não atingiu tanto sucesso, demorando ainda dois anos para que eles contemplassem o que é possuir um grande hit em sua carreira.

Você pode não conhecer a banda por nome, mas definitivamente já ouviu a clássica balada “To Be With You”, na mais pura declaração de amor que embala os corações dos apaixonados. Lançado em 1991, Lean Into It é o álbum de maior popularidade da banda norte-americana, e um verdadeiro greatest hits.

Por que falo isso? Simples. Porque algumas das melhores músicas de sua discografia fazem parte do trabalho. Diferenciando-se de seu álbum de estúdio, é possível perceber uma banda mais madura, com cada um dos integrantes entendendo melhor como o outro funcionava, de maneira a trazer um som mais orientado para o hard rock, diferentemente de seu primeiro trabalho, auto-intitulado, que já possui uma resenha aqui no site.

Lean Into It está disponível na Wikimetal Store, juntamente com Mr.Big. Clique aqui para conferir.

Eu nunca pensei que veria músicos utilizando-se de furadeiras para fazerem suas composições. Mas é exatamente isso que acontece em “Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)”. Com os gritos de Eric Martin, a faixa traz também o baixista Billy Sheehan e o guitarrista Paul Gilbert fazendo solos com o equipamento, resultando em uma experiência veloz e única.

A música é agitada e uma boa pedrada para dar início ao registro.

“Alive and Kickin’” vem em seguida, com uma boa introdução de guitarra, que logo é acompanhada pelos outros instrumentos, em especial, a bateria. Mas o grande destaque da faixa é Martin, com seus vocais icônicos, acompanhados pelo detalhe do backing vocal, que fazem um bom diferencial.

Além da sonoridade instrumental estar mais bem estabelecida, as próprias letras também são melhor trabalhadas.

A terceira faixa do disco é uma das mais emblemáticas dele. “Green Tinted Sixties Mind” é o perfeito exemplo do que o Mr.Big faz: boas músicas, com técnica e mantendo uma boa melodia. O melhor momento dela é a ponte, que antecede o refrão final, de forma irretocável.

Outra que é um destaque absoluto, não apenas de Lean Into It, mas também de toda a discografia do Mr.Big, é “CDFF-Lucky This Time”. É impossível falar dessa música sem citar, mais uma vez, os vocais de Eric Martin. Atingindo tons altíssimos, que faz qualquer um se arrepiar, a música foi escrita por Jeff Paris e traz a banda um de seus melhores momentos.

Saindo um pouco das baladas, a introdução no violão de “Voodoo Kiss” é a responsável por dar sequência no álbum. Aqui a banda traz um dos elementos bastante interessantes que trariam com mais veemência em seus próximos trabalhos: o funk. 

“Never Say Never” tem uma ótima construção, em especial, das partes vocais, de forma que ela vai crescendo até atingir o refrão, quando torna-se a melhor parte da música.

Com mais uma introdução muito bem trabalhada, a música mais triste e sofrida do álbum, “Just Take My Heart” é, também, uma das melhores baladas do Mr.Big. Tudo se encaixa perfeitamente nela: a letra, o instrumental, os vocais. Depois do grande solo de Gilbert, há uma subida de oitava, tornando a música ainda mais emocionante, muito por conta da performance do vocalista.

“My Kinda Woman” é uma música sensual em uma performance perfeita da banda. O contrastes vocais entre agudo e grave que “A Little Too Loose” é um grande diferencial que a faixa traz, além da levada mais lenta e groovada, com bastante destaque à bateria de Pat Torpey.

Mais uma vez, a construção vocal que o Mr.Big propõe ao ouvinte é uma experiência à parte, com “Road To Ruin”. Para finalizar o Lean Into It “To Be With You” vem em forma de uma balada acústica. Apesar de ser uma boa música, a quantidade de vezes que já foi reproduzida a vez é um pouco enjoativa, mas continua sendo uma declaração de amor belíssima e muito sincera.

Este álbum, definitivamente, não tem nenhuma música ruim. Todas elas, sem exceção, são muito bem trabalhadas, de maneira que elas não são cansativas ou as famosas “músicas de músicos para músicos”.

 Os riffs de guitarra, bastante melódicos, são essenciais para essa percepção. Todos os instrumentistas são extremamente talentosos, com Sheehan sendo um exemplo de técnica, Torpey com toda a potência necessária e Martin tendo um dos vocais mais icônicos da história do rock.

As baladas do Mr.Big são marca registrada da banda, e aqui, podemos ter uma percepção do quão mais evoluídas elas estão, assim como o restante das músicas, de maneira que faz o álbum o melhor da discografia da banda.

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