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Napalm Death, Ratos de Porão e Krisiun fazem Curitiba ferver com noite épica e brutal

Wiki Metal 3 semanas atrás


Napalm Death Curitiba 2024

Nesta sexta-feira, dia 25, Curitiba viveu uma de suas noites mais quentes dos últimos tempos. Embora fossem 17 graus na agradável noite curitibana, a temperatura do CWB Hall não condizia com o clima do lado de fora. Krisiun, Ratos de Porão e os britânicos do Napalm Death fizeram o interior da casa de shows virar uma verdadeira panela de pressão diante de tanta intensidade e brutalidade que as bandas apresentaram.

A noite começou com duas ótimas bandas de abertura. Em ambas há uma coincidência: o poderio feminino nos vocais. A banda curitibana Ethel Hunter apresentou um death de respeito, reto e direto. Com diversos blasts na bateria, riffs rápidos e um baixo bem timbrado e slapado, a banda se mostrou bem coesa com sua proposta. Um belo destaque para a vocalista Larissa Pires, que tem um gutural tão potente e estável que deixaria até Alissa White-Gluz com inveja.

A segunda banda da noite, os paulistas de São José dos Campos, Manger Cadavre?, veio com o som um pouco mais trabalhado. Com riffs bem ao estilo thrashzeira e com uma performance de palco mais agitada da vocalista Nata Nachthexen, a banda conseguiu conduzir o primeiro mosh da noite. Com um final forte e em tom político, a banda já demonstrava para o próximo convidado da noite de que os reaças não estariam entre nós.

Ratos de Porão

Com um leve atraso, chega uma das bandas mais politicamente importantes do nosso país, o Ratos de Porão. Com uma certa dificuldade, João Gordo sobe ao palco e entrega uma variedade de gritos e berros de qualidade (mesmo alegando estar sem voz). O baterista Boka conduz as batidas com muita técnica e velocidade. Jão portando sua guitarra de modelo Les Paul tem riffs matadores e com um timbre bem encorpado. Já o baixista Juninho é o responsável pela ótima performance de palco, com os mais variados pulos e muito vigor. As cenas onde Jão e Juninho duelam com seus instrumentos com João no meio são icônicas.

João ainda teve um problema com o retorno de seu microfone, o que fez com que Jão perdesse seu microfone para os backs para que o vocalista pudesse continuar com o show. Apesar do problema (e muitos xingamentos por parte do João), o público correspondeu à altura, fazendo o mosh comer solto da primeira até a última música. Músicas como “Crianças sem Futuro”, “Beber até Morrer” e “Descanse em Paz” fazem o deleite do público que cantava alto. Mas foi em “Crucificados pelo Sistema” que movimentou o maior mosh da noite, onde 1/3 do público presente se encontrava circulando e se batendo na pista do CWB Hall.

Krisiun

Após a brutalidade do crossover/punk do Ratos, o palco deu lugar ao poderoso trio gaúcho de Death Metal Krisiun. Tudo na banda é extremo e maximizado, o backdrop é enorme, o kit da bateria Max Kolesne é montado em um ângulo mais alto, a presença onipotente dos gigantes Moyses Kolesne (guitarra) e de Alex Camargo (baixo e voz) os tornam colossais nas extremidades do palco. A banda entrega o que há de mais extremo do metal nacional. Blasts e segmentos abruptos na bateria, riffs intensos e dissonantes, além de um vocal escabroso.

A musicalidade acelerada, cascuda e vertiginosa da banda seriam as receitas perfeitas para causar no público o impulso para grandes moshs, porém o calor e o sufocamento na casa era tão insalubre que todas as rodas que se iniciavam em cada abertura de uma nova música não se sustentam por muito tempo, restando ao público somente o balançar de suas cabeças para demonstrar sua satisfação pelo som da banda.

A sensação de estar em um forno era tanta que até quem curtia o show parado se encontrava pingando de suor. Isso acabou deixando o público mais acanhado, mas nada os impossibilitaram de gritar o nome da banda a cada conclusão de suas faixas. Músicas como “Combustion Inferno”, “Serpent Messiah” e a mais antiga “Hatred Inherit” são belos exemplos da brutalidade da banda, mas é nas faixas “Apocalyptic Victory” e principalmente em “Blood of Lions” que o público cantou mais alto.

Napalm Death

Após a violência musical executada pelos gaúchos, era hora de aguardar pelos donos da festa, o Napalm Death. Nesse meio tempo, boa parte do público foi buscar um pouco de ar fresco no lado de fora da casa, mas não demoraram a regressar para não perder o início dos expoentes do grindcore mundial. Porém, um atraso na montagem do palco por conta de algum problema técnico, acabou afastando a pontualidade britânica e com um atraso de um pouco mais de uma hora acabou irritando o público presente, mas logo quando a paciência parecia ter se esgotado, o problema logo se solucionou. E em uma agilidade absurda para adentrar ao palco, Napalm Death finalmente estava pronto para terminar de distribuir velocidade e brutalidade a um público ainda sedento pela mistura.

A banda composta por Danny Herrera na bateria, o guitarrista de turnê John Cooke (substituindo o guitarrista Mitch Harris), o vocalista Barney Greenway e o lendário baixista Shane Embury, são igualmente ferozes e impressionantes em estúdio como no ao vivo. Danny é perfeito em suas execuções. John representa com maestria o guitarrista oficial da banda, com riffs rápidos e backing vocals rasgados. Shane é um espetáculo à parte, sua forma única de tocar baixo é estonteante, com muita velocidade e movimentação precisa.

Já Barney é extremamente energético e tem uma presença de palco descomunal, sempre agitado, pulando e balançando sua cabeça sempre que dispara seus berros ensurdecedores. Mas assim como é impetuoso nas execuções de suas músicas, nos intervalos ele é muito simpático e amoroso com o público, sempre agradecendo e parando até para dar autógrafos em meio ao show, além de ter discursos sociais fortes e pertinentes.

Com uma setlist completamente recheada de peso e músicas curtas, “Next On The List”, “Rise Above” e “The Truth Be Known” tiveram moshs de respeito, com bastante pancadaria. Tivemos clássicos como “Scum”, “Suffer The Children”, “M.A.D.”, e o cover de Dead Kennedys “Nazi Punks Fuck Off”. Além de, claro, as breviloquentes “Dead” e “You Suffer”.

Após o fim da poderosa apresentação dos britânicos, a panela de pressão que se via no CWB Hall pode finalmente desafogar, com uma evacuação em tempo recorde, a rua em frente a casa foi tomada por gente vestida de preta afim de respirar um bom ar e compartilhar suas impressões uma com as outras sobre a estupenda noite de muito som extremo que vivenciaram nesta sexta-feira. Com um lineup de alta patente, os curitibanos presentes certamente irão se lembrar dessa épica noite com muito apreço, apesar dos pesares.

Setlist Ratos de Porão:

  1. Alerta Antifascista
  2. Aglomeração
  3. Amazônia nunca mais
  4. Farsa nacionalista
  5. Ignorância
  6. Lei do silêncio
  7. Morte ao rei
  8. Satanic Bullshit
  9. Bad Trip
  10. Morrer
  11. Mad Society
  12. Crianças sem futuro
  13. Crucificados pelo sistema
  14. Descanse em paz
  15. V.C.D.M.S.A. (Vivendo cada dia mais sujo e agressivo)
  16. Guerrear
  17. Políticos em nome do povo…
  18. Caos
  19. Realidades da guerra
  20. Igreja universal
  21. Herança
  22. Aids, Pop, Repressão
  23. Beber até morrer
  24. Crocodila
  25. Crise geral

Setlist Krisiun:

  1. Kings of Killing
  2. Combustion Inferno
  3. Ravager
  4. Scourge of the Enthroned
  5. Necronomical
  6. Apocalyptic Victory
  7. Blood of Lions
  8. Serpent Messiah
  9. Hatred Inherit
  10. Black Force Domain

Setlist Napalm Death:

  1. From Enslavement to Obliteration
  2. Taste the Poison
  3. Next on the List
  4. Contagion
  5. Rise Above
  6. Resentment Always Simmers
  7. That Curse of Being in Thrall
  8. Amoral
  9. If the Truth Be Known
  10. Backlash Just Because
  11. Fuck the Factoid
  12. Suffer the Children
  13. Mass Appeal Madness
  14. Scum
  15. M.A.D.
  16. Success?
  17. You Suffer
  18. The Code Is Red… Long Live the Code
  19. Dead
  20. Nazi Punks Fuck Off (Dead Kennedys cover)
  21. Instinct of Survival
  22. Contemptuous

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Via: WikiMetal

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