O terceiro dia do Best of Blues and Rock 2025 aconteceu no último sábado, 14, na cidade de São Paulo. O festival ocupou o Parque Ibirapuera com quatro shows contagiantes, com diversidade musical.
Abrindo o evento, Marcão Britto e Thiago Castanho subiram ao palco apresentando músicas do Charlie Brown Jr. em comemoração ao legado da banda. Os dois membros remanescentes precisaram brigar na Justiça pelo direito de utilizar o nome da banda nos shows.
O grupo recebeu o local cheio logo no começo, com público receptivo que fez questão de chegar cedo para prestigiar a primeira banda. Com apenas uma hora de show, foi possível sentir a energia da plateia, que cantou todas as canções que levaram a banda ao sucesso. Marcão Britto e Thiago Castanho provaram que conexão com fãs e o legado do Charlie Brown Jr. é eterno.
A estreia da brasileira Larissa Liveir
Em seguida, Larissa Liveir chegou de um jeito tímido, pois este foi o seu primeiro grande show ao vivo. A jovem guitarrista de apenas 21 anos viralizou durante a pandemia fazendo covers de clássicos do rock e metal, e agora teve a chance de mostrar ao vivo o seu talento. Apesar da estreia, a artista não se intimidou, subiu ao palco ao lado da banda formada por Eduardo Megale (guitarra base), Marco Aurélio Coelho (baixo), Hugo Bizotto (teclado), Carlos Marotta (vocal) e Lina Linassi (bateria), e como era de se esperar, apresentou covers de grandes nomes.
O show contou com “Whole Lotta Love”, do Led Zeppelin, “Iron Man”, do Black Sabbath, ”Comfortably Numb”, do Pink Floyd e outras. Mas o ápice foi na faixa “The Trooper”, do Iron Maiden, que contou com a participação de Nita Strauss, guitarrista do Alice Cooper, em uma performance bem entrosada – e belíssima – entre as duas guitarristas. O show estava intimista e conseguiu contagiar a plateia enérgica. Apesar de Larissa Liveir apresentar apenas covers, agitou e fez todo mundo cantar, já que eram músicas que todo mundo conhece e gosta.
O já conhecido Black Pantera apresentou um repertório baseado no aclamado disco Perpétuo (2024). A banda mineira mostrou como se faz um show gigante para um público que em sua grande maioria nunca tinha visto os mineiros ao vivo. Talvez por isso o público estava um pouco morno para o que a banda está acostumada. Porém, isso não intimidou o Black Pantera, que apresentou o show que estamos acostumados a ver, e conseguiu colocar todo mundo pra agitar na música “Fogo nos Racistas”.
O retorno de Alice Cooper no Best of Blues and Rock
Ao fim da noite chegou a hora do mais esperado do festival, o show de Vincent Furnier e sua banda, Alice Cooper. O artista, que estava sem se apresentar no Brasil por 8 anos, retornou para performar seu teatro encantador e macabro. Na plateia havia público de todas as idades provando que a música do Alice Cooper é atemporal e sua performance vai além da música.
A primeira vinda ao Brasil foi em 1974, e, claro, muita coisa mudou, menos a performance e talento marcante de Vincent. A banda que veio nos anos 70 com a formação original se reuniu recentemente para lançar o novo disco The Revenge Of Alice Cooper – o primeiro disco com a formação original desde Muscle of Love, de 1973. Na época, a banda se apresentou no Anhembi para 158 mil pessoas, conquistando um marco na carreira ao entrar para o Guinness Book como o maior público em local fechado. E também marcou o primeiro grande show internacional de rock no Brasil.
Retornando ao país 51 anos depois de sua primeira visita, Alice Cooper entregou o carnaval de horrores que todos esperavam ver e foi além, sendo o músico e ator que ele sempre foi durante sua carreira. Há mais efeitos especiais, tecnologia e uma banda jovem e cheia de energia composta por Nita Strauss, Ryan Roxie e Tommy Henriksen nas guitarras, Chuck Garric no baixo e Glen Sobel na bateria.
Teatro de horrores e performances inesquecíveis
O clima era de filme de terror, assim como tudo o que um show do Alice Cooper precisa ter. A banda entrou em ação abrindo com a faixa “Welcome to the Show”, não só em sintonia com o frontman, como também mostrando força, amplitude do repertório e o brilhantismo dos músicos. Durante uma hora e meia o público presenciou clássicos como “No More Mr’ Nice Guy”, “Poison”, “Snakebite” (sem a cobra que o artista sempre usa) e “Hey Stoopid”, junto com performances inesquecíveis.
Durante o show, Alice Cooper vestiu uma variedade de jaquetas e usou vários acessórios, incluindo uma bengala, uma muleta, um punhal, uma espada e um chicote. Os roadies fantasiados e o seu fotógrafo de longa data, Kyler, fizeram parte do teatro cheio de sangue falso. De mesmo modo, destaque para a também conhecida Sheryl Goddard, dançarina e performer de palco e esposa do frontman. Sheryl foi destaque ao colocar Alice Cooper na guilhotina e sair mostrando sua cabeça – um show de horrores. O público também fez parte do teatro, com fantasias, máscaras e maquiagens pesadas.
A última faixa, “School’s Out”, contou com balões gigantes, um trecho de “Another Brick in the Wall”, do Pink Floyd, público em êxtase e uma banda de alta qualidade. O bis foi com a clássica “Feed My Frankenstein”, que contou com um boneco gigante representando um Frankenstein do Alice Cooper.
A experiência Alice Cooper é uma celebração persistente de mais de 50 anos de uma impressionante produção musical. Bem como um artista, que mesmo sem alcançar um topo das maiores bandas de rock, é com certeza respeitado pelas maiores bandas e claro, por seus fãs devotos.
Confira as fotos de Marcela Lorenzetti:
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Via: Wiki Metal