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Obscene Extreme 2024: Ratos de Porão, Napalm Death e mais se apresentaram no festival

Wiki Metal 5 meses atrás


Ratos de Porão no Obscene Extreme, na República Tcheca

Texto por Alessandro Siciliano
Fotos por Sophia Velho

O Obscene Extreme é um festival de música, criado em 1999 em Trutnov, na República Tcheca. Lá se apresentam artistas da música pesada como punk, crustcore, grindcore e death metal.

Celebrando seus 25 anos, o evento aconteceu entre os dias 03 e 07 de julho e contou com muita música boa.

Primeiro dia de Obscene Extreme 2024

O primeiro dia do OEF25 foi um triunfo. Este ano, o festival celebra seu 25º aniversário e já no primeiro dia uma multidão de fãs invadiu a área do acampamento para garantir um bom lugar, montar as tendas e iniciar a jornada underground que só este evento pode oferecer.

As Olimpíadas foram as primeiras atividades, oferecendo aos participantes jogos, digamos, “ousados”. Após essa fase inicial, passamos ao ponto alto do festival: as bandas, que se revezaram no único palco disponível. Angelus Apatrida, Dropdead, Sabbath e outras bandas incendiaram a cena no primeiro dia. O tempo foi clemente, proporcionando um dia ensolarado com uma temperatura perfeita.

É necessário dedicar algumas palavras ao Dropdead porque… caramba! A sinergia entre o baixista e o baterista foi simplesmente absurda! Eles encantaram o público com uma performance avassaladora que tornou o primeiro dia de festival inesquecível. Os fãs estavam literalmente hipnotizados pelo som brutal e envolvente da banda, criando uma atmosfera elétrica e nos preparando para mais três dias de pura energia metal.

Estamos no Obscene Extreme e a palavra de ordem é energia, e os Angelus Apatrida começaram o show com a energia certa! Duas guitarras, um baixo e uma bateria que emanavam o caos necessário para envolver o público desde a primeira nota. Após a primeira música, o público começou a subir no palco para se divertir… sim, aqui pode! Mesmo que durante a primeira música o público parecesse um pouco hesitante, logo se soltou, revelando toda a energia típica deste festival. Então, o guitarrista decidiu tocar no meio do público e aí foi amor à primeira vista!

Com peças icônicas como “Sharpen the Guillotine” e “End Man,” os Angelus Apatrida demonstraram por que são uma das bandas mais aguardadas do evento. O público não parava de cantar e fazer mosh, criando um mar de cabeças que se moviam em uníssono. A performance deles estabeleceu um padrão altíssimo para os dias seguintes do festival.

Segundo dia de Obscene Extreme 2024

O dia começa com um pouco de chuva, que vai e vem, mas nada que possa parar o espírito do OEF. Como sempre, as bandas se revezam no palco sem parar. Já às 10 da manhã, uma banda brasileira particularmente amada pelo público, o Manger Cadavre?, aqueceu a atmosfera. Parece que há um fluxo maior de espectadores no campo de batalha, o que torna a atmosfera ainda mais vibrante.

Os nomes programados para hoje incluem Manger Cadavre?, Gutalax, Ratos de Porão, Napalm Death, Dying Fetus e Wormrot. No final da tarde, no backstage, chegou um bolo com as cores da Argentina para comemorar o aniversário de Curby. Uma bela forma de celebrar, cercado por bandas importantes e amigos.

partir das 20 horas, Ratos de Porão, Napalm Death e Dying Fetus incendiaram a cena. Apesar da chuva ter tentado estragar tudo, não conseguiu. Além disso, este segundo dia foi particularmente lotado. O público não se deixou desanimar e continuou a apoiar as bandas com uma paixão avassaladora.

O show do Manger Cadavre? começou às 9:58, com um frio cortante, mas já havia uma boa quantidade de pessoas, muitos dos quais brasileiros, à espera. Eles abriram com “Imperialismo” e “Iconoclastas” do álbum Imperialismo, que imediatamente acenderam o entusiasmo do público. A nova canção “Como Nascem os Monstros,” do próximo álbum, viu alguns fãs subirem ao palco e iniciarem o mosh.

Com “A Raiva Muda o Mundo” do álbum “Decomposição”, o público, composto de brasileiros e europeus, ficou visivelmente emocionado e o circle pit não parou por um momento. O último bloco incluiu “Tragédias Previstas” (Decomposição) e a última música foi um grito contra a polícia militar assassina no Brasil, marcando um momento intenso para todos os presentes. Curby assistiu a todo o concerto, se emocionou, fez headbanging enquanto estava sentado e cumprimentou a banda no final do show. Foi realmente emocionante.

Bom, não há muito o que dizer sobre Ratos de Porão, banda histórica brasileira, exceto que são uma lenda viva. A performance deles pode ser resumida em uma palavra: energia. Desde o primeiro segundo no palco, os Ratos de Porão desencadearam uma adrenalina incrível.

O público não hesitou em subir ao palco para se soltar na frente de João Gordo e da banda. Ver João dançar durante os breaks de guitarra foi único, e o baixista não parava de pular. Com clássicos como “Amazônia Nunca Mais” e “Crucificados pelo Sistema,” eles proporcionaram ao público uma experiência memorável, mostrando por que ainda são uma das bandas mais amadas do metal underground.

Depois dos Ratos, foi a vez dos Napalm Death, e a energia permaneceu nas alturas. O frontman, Barney Greenway, com seu estilo inconfundível, dominou o palco, fazendo de cada movimento corporal um reflexo da fúria sonora da banda. Canções como “Scum” e “You Suffer” fizeram o público explodir. Os Napalm Death mostraram mais uma vez por que são pilares do grindcore, oferecendo um show potente que manteve todos em constante movimento.

O show do Dying Fetus foi incrível. Eles tocaram com uma energia e sinergia que deixaram todos sem fôlego. Canções como “Homicidal Retribution” e “Kill Your Mother, Rape Your Dog” avassalaram o público com sua brutalidade técnica. A precisão com que executaram cada peça demonstrou seu incrível talento, tornando o show deles um dos mais memoráveis do festival.

A performance do Wormrot começou com uma intro particularmente impactante. A vocalista executou uma performance intensa sem acompanhamento instrumental, para depois passar a uma combinação de voz e bateria que emocionou a todos. Após a introdução, o ritmo e a intensidade aumentaram, com o público totalmente envolvido. Canções como “Fallen Into Disuse” e “Hollow Roots” mostraram a conexão profunda entre a vocalista e a música, criando uma atmosfera única e envolvente que encerrou o dia de forma épica.

Terceiro dia de Obscene Extreme 2024

Há algo incrível em saber que estamos em 2024 e ver que, para não desconectar as tomadas dos instrumentos, ainda se usa um pedaço de fita adesiva. Isso nos lembra que tocar continua sendo uma atividade manual, artística, e central para o ser humano. Atualização do boletim meteorológico: hoje não choveu! Este ano o tempo nos favoreceu, geralmente o clima durante o festival não é dos melhores.

As bandas que se destacaram hoje foram muitas, mas entre as brasileiras, Ação Direta fez um show incrível. Tão incrível que as pessoas que subiram no palco começaram a simular um barco a remo de pelo menos dez pessoas. O público visivelmente amou o show.

Pouco antes deles, os italianos, com baterista brasileiro, Cripple Bastards fizeram um show realmente poderoso e muito apreciado pelos fãs. Immolation, Cripple Bastards, Ação Direta: essa foi a combinação perfeita para chegar ao final do dia com a banda japonesa Kandarivas. A performance deles foi intensa e envolvente, encerrando o dia com uma explosão de energia pura.

A intro sombria dos Immolation desaguou em um ritmo poderoso que logo capturou a atenção do público. Eles tocaram como só eles sabem, com um nível de baixo muito alto representando a importância do instrumento na banda. Tocando pelo vocalista Ross Dolan, o baixo era uma força dominante no show.

Durante a performance, o público se reuniu para assistir a uma das bandas mais respeitadas no seu gênero. Canções como “Majesty and Decay” e “Despondent Souls” ressoaram pelo campo, criando uma atmosfera intensa e envolvente. O set dos Immolation foi um exemplo perfeito de death metal no estado puro, deixando todos com vontade de mais.

Para o Ação Direta havia muita expectativa, que foi plenamente atendida. Tivemos a honra de assistir ao show do palco, junto com a banda que nos concedeu esse privilégio. Poucos momentos antes do início do show, não havia muito público em frente ao palco, até porque tocaram à meia-noite e 10. Mas o incrível foi que assim que o show começou, desde a primeira nota, o público reagiu incrivelmente bem. Em um piscar de olhos, o palco se encheu de pessoas de todo o mundo, com os brasileiros na linha de frente.

Durante o show, o público que subiu no palco criou uma simulação de um barco a remo, cerca de dez pessoas sentadas em frente à banda simulando o remar. Uma cena cheia de emoções, merecidíssima para uma banda que fez um show incrível. O setlist foi um mix de “Na Cruz da Exclusão” e “Massacre Humano”. Com canções como “Sofrer” e “Vítimas da Paz”, Ação Direta mostrou por que são tão amados no circuito hardcore. A energia deles era palpável e o público respondeu com um entusiasmo avassalador.

Quarto dia de Obscene Extreme 2024

Hoje fez muito calor, e as pessoas presentes no festival exibiram looks decididamente mais “Obscene”. Muitas partes do corpo estavam visíveis, mas afinal de contas, o OEF é isso também: a liberdade de ser você mesmo. Foi tudo incrível, com muitas bandas se revezando no palco, proporcionando ao público uma experiência inesquecível. Este último dia do festival foi um crescendo de energia e paixão que fechou o evento com chave de ouro, deixando todos com vontade de voltar no próximo ano

O Autopsy fechou o festival de forma espetacular. Com uma introdução de arrepiar, a banda logo elevou os tons com seu som brutal e visceral. Começaram com “Charred Remains,” um clássico que desencadeou uma onda de mosh no público. Chris Reifert, o frontman, dominou a cena com sua voz gutural e sua bateria marcante.

O set continuou com músicas poderosas como “Ridden with Disease” e “Twisted Mass of Burnt Decay,” que mantiveram a energia nos níveis mais altos. Cada canção era um ataque sonoro, perfeito para fechar com grande estilo. A performance deles confirmou por que são considerados pioneiros do death metal. A multidão estava em delírio, e cada riff, cada grito, cada batida de bateria era recebida com um entusiasmo avassalador.

Nossa colaboradora Sophia Velho também esteve no evento e registrou tudo com fotos exclusivas. Confira nossa galeria logo abaixo.

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Via: WikiMetal

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