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P.O.D. entrega nostalgia e intensidade com show em Curitiba

Wiki Metal 4 semanas atrás


Nesta última terça-feira, dia 22 de outubro, tivemos em Curitiba o retorno de uma das pioneiras do nu metal internacional, o P.O.D. Uma performance extremamente energética com uma setlist bem montada e balanceada, alternando clássicos dos anos 2000 com músicas novas de seu último álbum, o excepcional Veritas. O grupo que é composto por Sonny Sandoval nos vocais, Marcos Curiel na guitarra e Traa Daniels no baixo, trouxeram Zachary Christopher para substituir seu baterista original, Wuv Bernardo.

A banda voltou à capital paranaense após longos sete anos de espera. A casa escolhida para o sexto encontro da banda com o público curitibano foi o grandioso Tork N’ Roll, uma casa que vem se destacando a cada show internacional. Quando as bandas do metal alternativo precisam de um local na cidade com ótima estrutura e uma equipe de qualidade, o Tork é sempre a escolha certa para essas ocasiões.

O público, que compareceu em um bom número, estava ansioso para o reencontro com os americanos de San Diego, na Califórnia. A introdução em espanhol da abertura do álbum Veritas, que agradece a presença do público e os convida para uma viagem musical, é o ponto de partida da banda para sair do camarim e subir ao palco para começar a distribuição de energia e dopamina à plateia.

As apresentações do P.O.D. sempre começam com uma “pedrada”. As músicas mais pesadas sempre são as escolhidas para abrirem os shows e dar um choque térmico no público. A escolhida dessa vez foi “Drop”, faixa de abertura do Veritas. Música essa que conta com participação de Randy Blythe do Lamb Of God na versão de estúdio. “Drop” também já dita como seria o ritmo da maior parte do show: muita entrega de Sonny em sua performance vocal e presença de palco; um Marcos Curiel muito preciso e técnico nos seus riffs e solos, além de bastante comunicação com o público; e um Traa Daniels sempre muito contido, mas com uma postura preponderante e muito coeso em suas execuções groovadas.

Na sequência vem mais uma das novas, “I Got That”, para então dar espaço para algumas velharias da banda, fazendo o público millennial ser contagiado pela nostalgia que essas músicas carregam. O trio ”Set It Off”, “Boom” e “Rock The Party (Off The Hook) são especiais para o pessoal old school da banda e foram muito bem aproveitadas.

Entre as músicas que ficaram no miolo da setlist, “Satellite” merece um destaque exclusivo. A música homônima ao álbum de 2001 é estimada por todos pelo seu refrão cativante e simples que faz todos alcançarem notas altas em suas cantorias. A faixa também é muito apreciada pelo feeling que Sonny sempre entrega nas apresentações da mesma, fazendo todos sentirem arrepios pelo sentimento que a música imprime.

Outro destaque que surpreendeu positivamente por estar na setlist é “Murdered Love”. A faixa que também carrega o nome do álbum de 2012 é extremamente pesada, brutal e faz Sonny explorar todo o palco com muita agressividade fazendo seu cabo ligado ao microfone ricochetear por todos os lados. A música ainda possui um backtracking das vozes de Sick Jacken, vocalista do grupo de hip-hop The Psycho Realm. O single é demasiado como o puro suco do Nu Metal, sua mistura de versos quebrados e um refrão misturando rap com vocais gritados são a receita perfeita para fazer o público presente enlouquecer.

Entre uma música e outra, Marcos Curiel se demonstra muito comunicativo e adora puxar um papo com os colegas de banda e com o público presente. Até pesquisa de qual música a plateia gostaria de ouvir Marcos faz em meio ao show. O guitarrista quase nem sempre recebe a mesma tietagem que seu colega vocalista tem, mas é inegável que o carisma de Curiel é contagiante, além de ser super acessível para com o público.

A apresentação teve outro fato curioso, justamente pelo próprio Marcos, que se atentou a uma faixa escrita por um fã que gostaria de cantar uma das músicas preferidas dos fãs mais hardcore da banda. Digo e feito: Um fã subiu ao palco para cantar junto à banda a música “Southtown”, do álbum The Fundamental Elements of Southtown de 1999. Definitivamente um dos pontos altos da apresentação e que demonstra ainda mais a humildade e a fidelização que a banda tem para com seus fãs. Uma cena marcante e que será cravado na memória desse fã.

O final do show é sempre finalizado em altíssima qualidade e intensidade. A dobradinha de “Youth Of The Nation” e “Alive” servem para que os presentes descarregarem todas as energias que lhe restam, pois estamos diante das músicas mais radiofônicas da banda, dois clássicos que fazem até o menos conhecedor do grupo cantar esses singles com o pulmão cheio. É a maneira perfeita de se encerrar uma belíssima apresentação que reuniu muito sentimento e emoção.

Ao final da sua apresentação, com muitos agradecimentos, com palhetas e baquetas jogada ao povo, a banda volta ao seu camarim para um merecido descanso, mas que quando estão prontos para voltarem ao hotel, fazem questão de atender aquele público que teve a paciência de esperá-los para vê-los pela última vez na noite. Uma banda muito acessível que tem um carinho incondicional pelos seus fãs e tratam de deixar isso bem visível. Uma verdadeira aula de humildade de uma das bandas mais adoradas do cenário.

Essa foi a quarta passagem do P.O.D. em Curitiba (2008, 2014, 2017, 2024), fora um show cancelado que aconteceria em 2010. A expectativa e esperança de todos presentes é a de não demora da volta da banda em solo paranaense, pois o cenário curitibano de nu metal ainda demonstra ter força suficiente a ponto de colocar a cidade novamente na rota da banda em um futuro próximo.

P.O.D. em Curitiba – Setlist:
1. Drop
2. I Got That
3. Set It Off
4. Boom
5. Rock the Party
6. Lost in Forever
7. I Won’t Bow Down
8. Satellite
9. Murdered Love
10. Circles
11. Soundboy Killa
12. Addicted
13. Sleeping Awake
14. Southtown
15. Will You
16. Afraid to Die
17. Youth of the Nation
18. Alive

LEIA TAMBÉM: Sonny Sandoval, do P.O.D, explica ausência do baterista nos últimos anos

Jaime Figueiró

Frequentador de shows desde 1900 e lá vai pedrinhas (show do Sandy e Júnior conta?).
Nascido em berço de “Rock Pauleira” (obrigado pai).
Aborrecente em tempos de Nu Metal.
Moldado pelas escoriações dos moshs do underground curitibano.
Poser de bandas do mainstream.
Hoje um renomado (aos olhos de minha esposa) sommelier do Metal em geral.
Um sujeito descomedido na criação de playlists inúteis no Spotify e com suspicaz gosto por outros gêneros musicais (quem não gosta de Backstreet Boys?).
Ex-vocalista de várias bandas imaginárias.
Gosto tanto de shows que meu filho até nasceu em um (Metallica 2022 Curitiba) e invejosos dirão que foi planejado.
A pior injuria que cometi foi chamar alguém de pagodeiro.
E sim! Eu conheço Manowar.



Via: Wiki Metal

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