Texto por Alessandro Siciliano
Se há um nome que faz vibrar as cordas do rock progressivo, é o de Rick Wakeman. Com suas magias no teclado e sua criatividade sem limites, Wakeman mudou o jogo da música, trazendo uma explosão de emoções e aventura para o mundo da arte sonora. Nascido em 1949 na Inglaterra, Wakeman foi um prodígio do piano desde a juventude, estudando na Royal College of Music antes de seguir uma carreira que o levou a se tornar o tecladista dos míticos Yes em 1971.
No dia 11 de abril de 2024, Porto Alegre foi palco do Final Solo Tour de Wakeman no Salão de Atos da PUCRS.
Desde os momentos de expectativa antes do show, o público já sentia a eletricidade, os comentários animados das pessoas que esperavam ansiosamente a entrada de Rick Wakeman no palco. A eletricidade estava no ar, em um auditório cheio de expectativa por presenciar um grande show de uma lenda do prog e da música em geral.
No palco, aguardando Wakeman, havia um piano e dois Korg (Nautilus), os símbolos do artista. Com o anúncio do início iminente do concerto pelo apresentador, o silêncio caiu, aquele silêncio de antecipação pelo artista… e “Ascraeus Mons”começou a tocar ao fundo. Tudo estava pronto… agora era a hora da magia da música… Rick Wakeman entra e o público se levanta em uma ovação de pé.
Ele assume o controle do teclado eletrônico e se torna uma entidade única fundida com o instrumento. As notas rápidas, a melodia sinfônica, tocando “Jane Seymour” (“The Six Wives of Henry VIII”). A música reinava soberanamente.
Após a performance, de forma simpática, ele “se desculpa” pelo seu português e começa a falar sobre as esposas de “Henry VIII”. “Catherine Howard” está entre as primeiras músicas que Wakeman nos presenteia para deliciar nossos ouvidos.
É o momento, aquele momento, talvez um dos mais esperados, de “Space Oddity” e “Life on Mars?”, que David Bowie escreveu junto com Rick Wakeman. Algo fascinante, emocionante, único. Aquela sequência de notas incríveis que tornam essas duas músicas imortais, tocadas por um artista fenomenal. A intensidade de “Life on Mars?” foi verdadeiramente envolvente de arrepiar.
O concerto continua com “Arthur / Guinevere / Merlin the Magician / The last Battle”, chegando então à bela “Sea Horses”. É admirável tanto visual quanto auditivamente a dança dos dedos nas teclas do teclado, criando uma atmosfera difícil de esquecer.
“Yessonata”, o medley de algumas das mais icônicas músicas do Yes que Rick Wakeman selecionou e “mixou” juntas para reproduzir uma única música.
Nos momentos finais do concerto, Wakeman tocou “Help” e “Eleanor Rigby” dos Beatles, banda com as mesmas origens do tecladista. Ambas britânicas, ambas ícones da música.
Saiu do palco e retornou para uma última magia que apenas mãos experientes como as de Rick Wakeman podem executar no piano, tocando “The Journey / Recollection”. O público se levanta para uma salva de palmas prolongada e totalmente merecida para um concerto que teve como protagonistas um homem, um piano e dois teclados Korg. Três elementos que sozinhos criaram uma chuva de notas inesquecíveis.
O Salão de Atos da PUCRS foi o local perfeito para assistir a este concerto, o fato de o público ter experienciado sentado foi fundamental para aproveitar plenamente a sonoridade e a intensidade que o Wakeman impera ao tocar piano.
Nossa colaboradora Sophia Velho também esteve no show e registrou a noite. Confira nossa galeria de fotos logo abaixo.
Via: WikiMetal