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Rise Against: Entrevista exclusiva com o baixista Joe Principe

Wiki Metal 5 dias atrás


Rise Against, banda formada em Chicago, Illinois, em 1999, vem ao Brasil em março, para participar da super turnê do The Offspring, denominada Punk Is Coming, que vai contar com várias bandas do punk rock mundial.

Além disso, o Rise Against retorna com seu primeiro lançamento em três anos. Com o single “Nod”, que é um grito de guerra e um chamado à ação, alimentado pela compaixão, camaradagem e o desejo coletivo de mudança.

Aproveitando a passagem da banda pelo Brasil, Joe Principe, baixista e também um dos fundadores da banda, conversou com exclusividade ao Wikimetal. Na entrevista, o músico falou a respeito de sua vinda ao país, suas convicções políticas e sociais, do lançamento de “Nod” e também deu alguns conselhos às novas gerações.

Confira aqui a entrevista na íntegra;

Turnê com o The Offspring

Wikimetal: Como surgiu a ideia de vocês fazerem parte dessa turnê que vem ao Brasil em março, ao lado de Sublime with Rome, The Damned, The Warning, Amyl and The Sniffers e outros? E como isso aconteceu?

Joe Principe (Rise Against): Fomos procurados pelo promotor, e pareceu muito divertido, ainda mais porque envolve várias bandas que amamos. Apesar de acabarmos de voltar de nossa turnê pela Europa há cerca de uma semana e, amanhã, já voamos para o Brasil. Ao recebermos o convite, pensamos: “Por que não?” Vai ser muito divertido.

WM: Como o Rise Against se sente em relação à recepção do público brasileiro, que é conhecido por ser muito apaixonado por música e por levar à serio as questões políticas e sociais – especialmente depois dos shows que vocês fizeram aqui em 2023? Se não me engano, vocês tocaram no Lollapalooza e também tiveram um show solo, certo?

JP: Sim, acho que fizemos dois shows no Brasil, adoramos tocar no país. Os fãs brasileiros são sempre muito apaixonados. Gosto de tocar para plateias que cantam junto, dançam, se divertem e realmente interagem. Sempre tivemos essa sensação quando tocamos aí.

Então é ótimo voltar agora para um festival tão grande de punk rock. O Lollapalooza foi incrível, mas nos sentimos um pouco fora de contexto. Desta vez, tocaremos com várias bandas que combinam bem conosco. Vai ser bom rever todo mundo, se reconectar com nosso público e nos divertir muito. Sempre é ótimo tocar aí!

Rise Against e seu novo lançamento “Nod”

WM: Agora, tenho algumas perguntas sobre o novo álbum, a primeira é sobre o significado por trás do título “Nod”. Como essa música reflete o momento atual da banda, especialmente depois de três anos sem lançar material novo?

JP: A música “Nod” fala sobre fazer parte da sua cena local de punk rock, encontrar um lugar para se encaixar e descobrir pessoas com ideias parecidas. Você ganha esse senso de família – um laço não declarado – quando vai a um show de punk e sabe que está entre pessoas que estão lá pelos mesmos motivos. Essa é a essência da letra. Também trata de lembrar nossas raízes – como entramos no punk rock – e por que é importante saber de onde viemos musicalmente.

Depois de três anos sem lançar nada novo, achamos importante trazer algo fresco. Gravar “Nod” – e as músicas que virão depois – foi um processo diferente para nós. Trabalhamos com uma produtora diferente (Catherine Marks, de Londres) e gravamos muito do material ao vivo, algo que não costumávamos fazer. É tudo bem cru – quatro caras em um estúdio, tocando sem pensar demais. Acho que por isso “Nod” soa diferente dos nossos trabalhos anteriores. Queríamos capturar essa energia mais crua.

A postura do Rise Against

WM: Em que ponto da carreira do Rise Against vocês sentiram a necessidade de fazer um chamado explícito para que as pessoas fossem além de apenas reagir a situações negativas e começassem a agir?

JP: Desde o início, a essência da banda sempre foi responder a coisas negativas no mundo. Isso faz parte do coração da cena punk rock – encorajamos as pessoas a usarem suas vozes, com respeito, mas sem timidez.

Eu cresci muito quieto, com medo de falar. Quando descobri o punk rock e a comunidade do skate, eles me ensinaram a importância de usar a voz – de falar quando algo não está certo. É assim que educo meus filhos agora. Se você fala o que pensa, fez a sua parte. Se não fizer isso, acaba se sentindo excluído ou frustrado. É um passo além de apenas reagir.

Do Underground ao Mainstream

WM: O que motivou a banda a assinar com uma grande gravadora sem abrir mão de seu posicionamento político ou controle criativo?

JP: Quando as grandes gravadoras nos procuraram pela primeira vez, nosso foco principal era manter o controle criativo, mesmo que isso significasse ganhar menos dinheiro. Essa era a prioridade. Assinamos originalmente com a DreamWorks, que depois virou Geffen, e eles basicamente nos deixaram em paz para fazer nossos álbuns. Nunca tivemos que pedir aprovação para nada; somente compomos as músicas e as entregamos.

Isso funcionou e continua funcionando até hoje, pois nunca fomos dispensados por uma gravadora e ainda estamos aqui. Nós nos consideramos com sorte de ter feito tudo dessa forma.

Mensagem aos fãs brasileiros

WM: Que conselho vocês dariam para novas bandas de punk rock que querem manter uma postura ativista, mesmo sofrendo pressão para assinar com grandes gravadoras?

JP: Por mais clichê que pareça, você precisa permanecer fiel ao que te faz feliz e a quem você é como músico e banda. Não deixe ninguém te convencer a fazer algo que te deixe desconfortável. Se não parece certo, é um sinal de alerta – seja a proposta de contrato com uma gravadora ou um show que não combina com seus valores. Seu coração é um guia muito bom. Se algo parecer errado, se afaste.

WM: Poderia deixar uma mensagem para os fãs que estarão nos shows no Brasil em março?

JP: Muito obrigado a todos os fãs no Brasil que nos apoiam há tanto tempo. Espero que todos apareçam, cantem juntos e se divirtam. Agradecemos muito vocês e mal podemos esperar para vê-los nos shows.

WM: Estarei lá! No show de Curitiba, estou muito ansiosa para ver vocês ao vivo.

JP: Obrigado! Vai ser divertido. Sempre é incrível tocar no Brasil, que tem uma cena punk sensacional e muitas bandas novas ótimas. Espero que esse show inspire as pessoas a se manifestarem, agirem e colocarem tudo pra fora.

WM: Muito obrigada pelo seu tempo!

JP: Obrigado! A gente se vê no show.

Cidades onde a banda irá se apresentar

Rio de Janeiro
Data: 06 de março
Local: Farmasi Arena
Bandas: The Offspring, Sublime, Rise Against

São Paulo
Data: 08 de março
Local: Allianz Parque
Bandas: The Offspring, Sublime, Rise Against, The Damned, The Warning, Amyl and The Sniffers

Curitiba
Data: 09 de março
Local: Pedreira Paulo Leminski
Bandas: The Offspring, Sublime, Rise Against, The Damned, The Warning, Amyl and The Sniffers

Os ingressos estão disponíveis no site da Eventim.

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Paula Butter

Curitibana, frequentadora de shows de rock desde 1996, nacionais, internacionais e de bandas locais. Alguns registrados em minhas redes sociais, outros em ingressos físicos de uma época onde não existia QR Code. Apaixonada por rock e metal, livros, cinema, bons vinhos e amigos. Atualmente, engajada em conhecer e divulgar as bandas do metal brasileiro.
Graduada em Design e Direito, pós graduada em Marketing e Sommelier.



Via: Wiki Metal

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