Pouco antes de embarcar na aguardada turnê sul-americana do Judas Priest, que incluiu uma apresentação explosiva no Monsters Of Rock em São Paulo no último sábado, Rob Halford conversou com a rádio chilena Radio Futuro (via Blabbermouth) sobre o momento atual da banda, o impacto do novo álbum Invincible Shield e as ausências sentidas dos guitarristas clássicos K.K. Downing e Glenn Tipton.
Lançado em 2024, Invincible Shield vem sendo aclamado por fãs e crítica como um dos melhores trabalhos do Priest em décadas — algo que o próprio Halford reconhece. “Não há outra banda no metal hoje em dia fazendo declarações como essa. Esse álbum representa exatamente quem somos agora”, disse o vocalista. Para ele, o disco marca um dos momentos mais relevantes da banda desde o clássico Painkiller, lançado em 1990.
O vocalista também refletiu sobre o peso de manter um legado tão longevo. Após celebrar os 50 anos do álbum de estreia Rocka Rolla, Halford destacou a importância de manter a identidade da banda viva, mesmo após tantos anos de estrada. “Estamos sempre tentando fazer o melhor metal possível. E com Invincible Shield, mostramos que ainda temos muito a dizer”, afirmou.
Sobre a pressão de lançar um novo álbum após longos períodos, Halford foi sincero. “Quando sua banda favorita vai lançar um disco novo, sempre bate aquele medo: ‘Tomara que não seja ruim’. É normal. Mas nós focamos em viver o momento e entregar o melhor do metal agora, como ele deve ser.”
Glenn Tipton e K.K. Downing
O Metal God também falou com carinho sobre Glenn Tipton, que se afastou das turnês em 2018 por conta do diagnóstico de Parkinson. “É uma doença cruel, especialmente para guitarristas. Mas tudo o que Glenn construiu com o Judas Priest viverá para sempre”, disse Halford. Tipton contribuiu com solos e composições para Invincible Shield, mesmo enfrentando os desafios da doença.
Já sobre a ausência de K.K. Downing, que deixou a banda em 2011, Halford preferiu adotar um tom respeitoso. “O lugar de K.K. na história do Priest é permanente. Desejamos o melhor para ele. Não dá pra guardar mágoas — isso só envenena a alma. A vida segue”, declarou.
Atualmente, a formação do Judas Priest conta com Richie Faulkner nas guitarras, que entrou na banda justamente após a saída de K.K. e participou dos álbuns Redeemer Of Souls (2014), Firepower (2018) e agora Invincible Shield (2024). Halford elogiou o trabalho de Faulkner e exaltou também os outros membros da banda. “O Ian Hill (baixista) está tocando como nunca, com a força de sempre. E o Scott Travis (bateria) continua sendo uma máquina do metal.”
Mesmo após mais de 50 anos de carreira, Rob segue se desafiando vocalmente. “Tem coisas que não consigo fazer mais como antes, mas sigo me esforçando. E o apoio dos fãs faz toda a diferença”, comentou.
‘Invincible Shield’ e 35 anos de ‘Painkiller’
O reconhecimento do novo disco não veio só dos fãs: Invincible Shield atingiu o 2º lugar nas paradas do Reino Unido, atrás apenas de Eternal Sunshine, de Ariana Grande — superando até mesmo o histórico British Steel (1980), que havia chegado à 4ª posição. O álbum também alcançou o topo das paradas na Alemanha, Finlândia, Suécia e Suíça, além de figurar entre os 10 mais vendidos em países como França, Itália e Austrália.
E as comemorações não param por aí: a banda vai celebrar os 35 anos de Painkiller com a turnê europeia Shield Of Pain, prometendo um setlist raro e especial, repleto de clássicos e surpresas para os fãs mais fiéis.
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Via: WikiMetal