“Ser roqueiro e cabeludo era uma coisa marginal”, lembra Nasi (Ira)

O frontman do Ira!, Nasi, bateu um papo com o apresentador, comentarista e ex-jogador de futebol Walter Casagrande, que comanda o canal Casão Pod Tudo. Na conversa, o cantor lembrou o início da banda nos primórdios dos anos 1980. De acordo com o artista, ser roqueiro e cabeludo era uma coisa marginal [transcrição RockBizz].

“Eu encontrei o Edgar [Scandurra, guitarra] em um ponto de ônibus. A gente tinha estudado junto em um colégio na Vila Mariana. Eu convidei ele a participar de um festival punk na PUC; a banda já se chamava Ira! e Edgar era o único que sabia tocar. O resto teve que aprender, algo bem punk.

O show foi em outubro de 1981, data que comemoramos oficialmente o Ira!, e foi o Edgar quem quis continuar com a história de tocar e tal. Era ditadura militar, então, ser roqueiro e cabeludo era uma coisa marginal e você era parado e revistado”.

O vocalista continuou falando sobre a censura que havia por conta dos militares. Ele disse: “Naquela época, até 1984, mais ou menos, se Ira! fosse tocar num boteco com cem pessoas, o dono da casa perguntava se a gente tinha música própria e só liberava se a gente passasse com a letra na Polícia Federal.

A censura era estúpida, pelo menos nesta pauta de costumes. É óbvio que agora vivemos outros momentos e temos que repensar e transformar certas coisas. Não podemos falar como falávamos antigamente, e isto é certo. Mas a censura em si é algo horrível”.

Assista o bate-papo completo neste player: