Menu

Slipknot: O trágico 24 de Maio, 15 anos da morte de Paul Gray

Wiki Metal 9 horas atrás


Paul Gray. Crédito: Reprodução/Instagram

Paul Dedrick Gray foi, sob muitos aspectos, o coração pulsante do Slipknot. Nascido em Los Angeles em 8 de abril de 1972, o baixista se mudou para Des Moines, Iowa na adolescência, e se interessou pela música desde o início, graças a algumas orientações de seu irmão mais velho, William ‘Jay’ Matthews, que o apresentou a bandas como Black Sabbath, Lynyrd Skynyrd, Led Zeppelin, Alice Cooper KISS.

Antes de sua adolescência começar, suas duas maiores revelações musicais chegaram de uma maneira engraçada, conforme contou em seu vídeo instrucional Behind the Player: Paul Gray: “Comecei a tocar baixo em 1990, mas comecei a tocar guitarra por volta de 85 ou 86.

Mudei para o baixo quando me mudei para Iowa porque basicamente não tinha amigos e estava em uma loja de música olhando guitarras e ouvi um cara falando sobre a necessidade de um baixista”.

“Ele mencionou algumas bandas que eles tocam, e era tipo Slayer, Metallica e coisas assim, e eu conhecia todas aquelas músicas na guitarra, então pensei: ‘Acho que consigo tocá-las no baixo’, então disse a eles que tocava baixo — eu nunca tinha tocado baixo na minha vida!

Então mudei para o baixo, e foi isso. Daí em diante, sou baixista. Um dos amigos de meu irmão tinha um baixo destro estranho, e um amplificador de treino. Desci e toquei com eles. Eu não conhecia nenhuma das linhas de baixo, mas conhecia todas as partes da guitarra, então fingi. Eles acharam legal … foi assim que eu comecei a tocar baixo”.

O início de uma história

Assim como a mudança da guitarra para baixo, Paul acabaria por conhecer os outros membros originais do Slipknot e seria uma decisão que mudaria a sua vida.
Como um dos quatro membros fundadores do Slipknot – ao lado de Shawn Crahan, o ex-vocalista, Anders Colsefni e Joey Jordison -, Paul Gray rapidamente se tornou um dos principais compositores. O baixista frequentemente fazia parceria com seu melhor amigo, o ex-baterista Joey Jordison, desenvolvendo hinos como “Surfacing” e “Spit It Out”, o primeiro incluindo riffs que ele escreveu com sua antiga banda Body Pit.

Antes do Slipknot se tornar o que é hoje, eles lançaram o EP Mate. Feed. Kill. Repeat., em 1996. no qual contava apenas com Paul Gray, Joey jordison, Shawn Crahan e Craig Jones. Seu talento com riffs de torção com os dedos, incluindo deslizamentos e curvas extremas, foi o que o destacou ainda mais, uma habilidade que, sem dúvida, ele havia aguçado quando adolescente, obcecado pelo death metal.

O produtor Ross Robinson, que trabalhou no álbum de estreia do grupo, chegou a rotular Paul Gray como “a arma secreta da banda”, abençoado com integridade absoluta e talento para apresentar as ideias mais inacreditáveis – era um músico fluente com uma técnica de slap com a mão esquerda altamente eficiente. Paul sempre citou nomes como Flea e Bootsy Collins ao lado de influências mais audíveis, como Cliff Burton e Steve Harris como suas referências.

O trágico 24 de Maio

Após escrever, gravar e promover quatro álbuns  – Slipknot (1999), Iowa (2001), Vol. 3: (The Subliminal Verses) (2004), All Hope Is Gone (2008) e o ao vivo 9.0: Live (2005) -, em uma das maiores bandas de metal de uma geração, Paul Gray faleceu em 24 de maio de 2010.

Aos 38 anos, foi encontrado em um quarto do Hotel Urbandale, nos Estados Unidos, ás 10h30 da manhã. Gray teve acesso a diversos remédios controlados que resultaram em sua overdose de morfina e, consequentemente, em seu falecimento. Quando morreu, sua esposa Gray, Brenna, estava grávida de seis meses de sua filha, October.

O quarto e último álbum do Slipknot com Paul Gray, All Hope Is Gone (2008), garantiu à banda seu primeiro primeiro lugar nos Estados Unidos, além de liderar as paradas na Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Suécia e Áustria. Meses antes de sua morte, Gray vinha trabalhando com um supergrupo de metal, Hail!, que contava com membros antigos e atuais do Judas Priest e do Sepultura. 

O doutor Daniel Baldi foi condenado por negligência médica após prescrever a droga fentanil a Gray em 2010, e a família do baixista recebeu uma indenização. O profissional da saúde – que também respondeu a um processo por mais 8 mortes – foi acusado de não fornecer o devido acompanhamento necessário ao tratamento do músico com tal substância.

Uma homenagem ao legado de Paul Gray

Meses após suas morte, alguns membros da banda falaram com exclusividade à Revolver Magazine

Brenna Gray, esposa de Paul, comentou sobre a personalidade calma de Paul: “Ele era tão empolgado e orgulhoso da sua música. Eu nunca o ouvi gritar, berrar ou ficar bravo [com ninguém da banda]. Quer dizer, por mais frustrante que seja em turnê, ele sempre estava tranquilo e feliz por estar lá. Feliz por estar com os irmãos e feliz por fazer música. Ele me deixou o melhor presente que alguém poderia ter me deixado. Quer dizer, eu tenho uma filha incrível que é uma parte tão importante dele, e eu não poderia ser mais grata”.

Corey Taylor confirmou que Paul era o coração e a alma da banda: “Ele realmente era. Ele era uma parte maior do que qualquer um percebe. Comia e respirava Slipknot, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Ele tinha muito orgulho dessa banda, sempre foi o cara que conseguia nos unir”.

Joey Jordison, que faleceu em 2021, também comentou sobre sua amizade com Paul: “Ele tocava com o coração. Essa é a sua maior força. Mesmo se estivesse doente ou algo assim, ele se entregava com força total. Quando uma turnê estava ficando ruim, ele sempre a tornava mais alegre. Mesmo se estivesse exausto ou cansado, você nunca perceberia, porque ele sempre colocava um sorriso no rosto de todos. Eu perdi meu melhor amigo. Mas a questão é que ele ainda está sentado comigo agora. E eu o sinto todos os dias, e falo com ele todos os dias”.

Show emocionante após morte de Paul Gray

Corey Taylor afirmou que Paul Gray gostaria que eles continuassem, então a banda decidiu cumprir as datas restantes da turnê All Hope Is Gone, declarando que ninguém pode substituir Paul Gray. Porém, nos shows, Donnie Steele, que foi ex-guitarrista da banda, fazia a linha do baixo atrás dos palcos. O Slipknot voltou aos palcos em 2011 para uma pequena temporada de shows na Europa.
Nos últimos shows, um cabide com o uniforme de Gray e sua máscara ficaram presentes no palco e no final da última apresentação eles fizeram uma homenagem ao antigo baixista. O destaque foi Joey Jordison. O falecido ex-baterista ficou abraçado ao “corpo” de Paul chorando por alguns segundos, ao som de “Til We Die”, faixa presente no disco em questão. Em 2011, SlipKnot se apresenta no Rock in Rio com essa mesma turnê.
Após 15 anos de sua morte, sua música continua viva. É lembrada pelos fãs e pela banda na qual ele foi fundamental na criação. Após vários acontecimentos no Slipknot, é possível acreditar que certas coisas jamais teriam acontecido na banda se Paul ainda estivesse vivo.

LEIA TAMBÉM: 50° aniversário do Joey Jordison: Fãs podem ajudar a lançar álbum inédito



Via: WikiMetal

Comentar

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *