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Smith/Kotzen: ‘Black Light/White Noise’ traz o melhor dos dois mundos em disco memorável

Wiki Metal 6 horas atrás


Obrigado. Não há melhor maneira de começar essa crítica do que agradecendo esses dois mestres da guitarra e do rock. 

Richie Kotzen e Adrian Smith se unem novamente em Black Light/White Noise (2025) para trazer um álbum incrível de dois grandes músicos, dois grandes compositores, dois grandes representantes e referências do que há de melhor no rock pesado mundial. 

Adrian Smith pela sua história, pela sua sofisticação, pelo seu feeling absurdo e pelas suas melodias (além de se provar excelente nos vocais), e Richie Kotzen, que, por sua vez, mostra que além de tocar muito é um grande vocalista e um excelente compositor. Além de uma celebração desse encontro, dessa colaboração artística e dessa amizade, os estilos dos dois se complementam muito bem. Black Light/White Noise parece ser também um encontro do rock inglês de Smith, com o hard rock e as influências norte-americanas de Kotzen.

Obviamente, não podemos esquecer que a dupla é acompanhada por uma “cozinha” de brasileiros formada pela ótima baixista Julia Lage e o excelente baterista Bruno Valverde. O álbum é realmente um encontro, do groove bluesy, do timbre vocal à la Chris Cornell de Kotzen, com a classe e finesse britânica de Smith. Só de ouvir o CD (lançado pelo selo Wikimetal e disponível na Wikimetal Store), dá pra perceber que os dois estão se divertindo com esse projeto paralelo que mais parece uma banda que está junta há décadas. A experiência e a compatibilidade de ambos impressiona. Parece que estamos ouvindo um álbum produzido por dois grandes amigos que sentem um imenso prazer em trabalhar juntos.

O álbum apresenta vários pontos altos. “Muddy Waters” abre o disco com seus riffs e contratempos matadores. A voz de Kotzen já entra com tudo e Adrian não deixa por menos; seu timbre é único também. “White Noise” entrega ótimos riffs, vocais roucos de Kotzen acompanhados pelos backings redondos de Smith, solos impressionantes dos dois, ótimos refrões. “Black Light” pra mim é uma das melhores e um ótimo resumo do que é esse álbum. Mais um ótimo single.

“Darkside” tem uma excelente levada folk/rock e um lindo refrão. A balada “Life Unchained” possui timbres magníficos da guitarra de Smith. “Blindsided” tem uma pegada meio anos 80 até a entrada de um riff bem pesado e os vocais impecáveis de Richie. “Wraith” já começa com um riff super groovado, “Heavy Weather” traz a vibe do blues e o wah wah aparece pra dar um clima especial. “Outlaw” é um presente para os fãs de AOR e do hard rock produzido nos anos 80 e “Beyond the Pale” encerra o álbum de forma magnífica, uma balada épica que deixa aquela vontade de ouvir tudo de novo.

Adrian Smith e Richie Kotzen são artistas absolutamente necessários, ainda mais nos dias de hoje. Black Light/White Noise é um disco orgânico, feito por humanos, excelentes músicos, sem IA, sem computadores, música boa, rock puro sangue, faixa preta, de verdade, como deve ser. Um exemplo para as novas gerações de músicos, uma verdadeira aula. 

Depois de dois álbuns e um EP fica extremamente claro que esses dois grandes músicos devem continuar colaborando juntos. Se você gosta de rock, e quer ouvir um disco de rock moderno, mas ao mesmo tempo com influências das melhores bandas dos anos 70 e 80, com dois dos melhores guitarristas da atualidade, esse disco é pra você. Se você é guitarrista, então, esse disco é obrigatório. Nele, a dupla mostra o perfeito equilíbrio entre musicalidade e virtuosismo, EUA e Reino Unido, Smith e Kotzen, nas suas essências, sem exageros, na medida certa, para músicos e não músicos. O melhor do hard rock tocado por quem entende, e muito, do assunto. Um álbum delicioso para os ouvidos e super divertido de ouvir.

Black Light/White Noise foi lançado em 04 de abril e pra mim já é um dos melhores álbuns de rock do ano. Um exemplo perfeito do que ótimos músicos podem nos proporcionar quando saem de suas zonas de conforto para realizar algo ao qual realmente se dedicaram, pelo simples prazer de fazer música da mais alta qualidade. Obrigado mais uma vez Adrian, Richie, Julia e Bruno. 

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Nando Machado

O rock e o metal sempre estiveram presentes na minha vida e sempre vão estar. Este sou eu, a ideia de que nada vai nos destruir, de que somos mais fortes do que tudo, somos justos, somos guerreiros. Pode ser por meio de uma letra boba ou de uma analogia à guerra feita pelo Maiden, a gente entende tudo isso – [email protected]



Via: Wiki Metal

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