System of a Down se apresentou no Autódromo de Interlagos, zona sul da capital paulista, na noite de quarta-feira, 14. A consagrada banda armênio-americana de nu metal fez o último show da turnê WAKE UP! South America Stadium Tour, com abertura dos americanos do AFI e dos brasileiros do Ego Kill Talent – que se apresentaram em todos os shows desta turnê.
Após grande repercussão em Curitiba (no Estádio Couto Pereira), Rio de Janeiro (Estádio Nilton Santos), e duas noites calorosas no estádio do Allianz Parque, no último final de semana, 10 e 11, já podíamos imaginar o que esperar desse espetáculo. Com ingressos que se esgotaram apenas na manhã do dia do show, a última apresentação da banda foi ficando concorrida, com aglomeração de pessoas mesmo após o início do show.
Da pura catarse à sublimação
Em uma noite fria em São Paulo, System of a Down subiu ao palco 15 minutos após o horário marcado (dando chance de todos conseguirem entrar) e colocou fogo no Autódromo – literalmente. Mesmo sendo praticamente a mesma performance das noites anteriores, é aquele espetáculo que os fãs – e até as pessoas mais despretensiosas – precisam ver. Havia pessoas de todas as idades (muitas crianças), nacionalidades, estilos, unidos para presenciar um show que podemos definir em palavras como caótico, apocalíptico, sinistro, emocionante e insano.
É um espetáculo grandioso, de uma banda que sofreu o preconceito dos headbangers mais conservadores que não gostam de nu metal, mas são abraçados pela legião de fãs que eram adolescentes na época e hoje finalmente puderam presenciar o show da banda – que não tocava no Brasil há 10 anos. Uma comoção que fez até o Metrô de São Paulo estender seu horário, com uma operação especial para atender aos fãs. Podemos arriscar dizer que está entre os maiores e mais históricos shows do System of a Down, com a energia que só a América Latina tem.
Com uma performance quente e fãs emocionados – como já era esperado – System of a Down impressionou com forte repertório, que para surpresa de todos, contou com 38 músicas, o maior em toda a turnê. O autódromo estava completamente lotado, todos cantando, batendo cabeça, os já esperados sinalizadores por todo lugar abrindo espaço para o mosh insano – é algo que todo fã de metal e de shows precisa vivenciar.
Disorder, disorder, disorder
Apesar do local não ser dos melhores para um show, valeu a pena pelo espaço maior, dando a grandiosidade merecida. Porém, o caos e desordem durante o show – o que todos queriam – também tomou conta na saída do público. Com apenas duas áreas para saída, as pessoas se aglomeraram e levaram até 1 hora só pra sair do Autódromo, o que causou momentos de vandalismo, onde as pessoas começaram a retirar as grades de contenção instaladas para abrir mais espaço para a passagem.
Durante o show e depois, nas redes sociais, muitos comentários sobre a falta de estrutura adequada do local para shows desse porte. Com o excesso de pessoas e a empolgação, uma das estruturas que separavam o público cedeu, mas a situação foi controlada rapidamente, evitando maiores incidentes.
Será o último show do System of a Down no Brasil?
System of a Down é aquela banda simples, de acordes fáceis, formada pelos quatros membros desde o início praticamente – Serj Tankian (vocal), Daron Malakian (guitarra) e Shavo Odadjian (baixo) e John Dolmayan (bateria), que substituiu o baterista original Andy Khachaturian em 1998. Porém, o estrago que pode fazer é enorme.
É incrível ver esses caras, que agitaram tanto nos anos 2000, hoje, bem mais velhos, mas com a mesma energia e insanidade, incentivando os fãs a “colocarem fogo”, principalmente no momento mais aguardado: a música “Toxicity”. Nesse momento, Daron disse: “Não usamos pirotecnia no palco porque nossos fãs trazem o fogo.”
Eles provaram sua relevância com os shows apresentados, acordaram todos os países pelo qual passaram e provaram que são os novos gigantes do metal – se não fosse pela sensação de que esse foi realmente o último show da banda no Brasil. Quem acompanha a banda sabe sobre os desentendimentos entre integrantes e nenhuma vontade de lançar material novo.
A turnê é marcada mais pela energia nostálgica, seguindo aquele hype de bandas que estão voltando para celebração, sem intenção de continuar a carreira. Tomara que essa energia tenha despertado também a banda, e que voltem logo para mais um espetáculo insano, caótico e sublime.
System of a Down segue com a WAKE UP! South America Stadium Tour em agosto com shows pelos Estados Unidos.
Veja o setlist completo:
1. X
2. Attack
3. Suite-Pee
4. Prison Song
5. Violent Pornography
6. Aerials
7. Mr. Jack
8. I-E-A-I-A-I-O
9. Genocidal Humanoidz
10. A.D.D.
11. 36
12. Pictures
13. Highway Song
14. Needles
15. Deer Dance
16. Soldier Side – Intro
17. Soldier Side
18. B.Y.O.B.
19. Radio/Video
20. Bubbles
21. Dreaming (somente o breakdown)
22. Hypnotize
23. ATWA
24. Bounce
25. Suggestions
26. Psycho
27. Chop Suey!
28. Lost in Hollywood (com trecho de “Careless Whisper”, de George Michael)
29. Lonely Day
30. Streamline
31. Mind
32. Spiders
33. Forest
34. Cigaro
35. War?
36. Roulette
37. Toxicity
38. Sugar
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Via: Wiki Metal