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System of a Down: O show mais insano que Curitiba já viu

Wiki Metal 4 horas atrás


System of a Down, em sua primeira vez em Curitiba, definitivamente ficará para a história dos shows da capital. Na noite da terça-feira, dia 6 de maio de 2025, a banda armênio-americana de Los Angeles, fez o Estádio Couto Pereira, em sua lotação máxima, dançar, pular, chorar e gritar, todas estas emoções juntas e misturadas em aproximadamente duas horas de show. 

Além disso, para aqueles que já presenciaram um grande evento musical no local, percebeu logo no início do dia, que aquela não iria ser uma terça-feira qualquer. No início da manhã, muitos fãs do System of a Down já estavam na fila, o clima de exaltação contagiou toda a cidade, inclusive, alterou o trânsito, as linhas de transporte coletivo e também a rotina daqueles que possuíam o cobiçado ‘ticket dourado’ em mãos.

Primeiramente, vale informar que a organização e logística do evento foi muito bem planejada. A quantidade de seguranças, bombeiros civis e funcionários orientando o público foi grande. Entretanto, o número de pessoas que passou mal durante o evento também surpreendeu e deu trabalho para a equipe. 

Ego Kill Talent proporciona um colírio para o início da noite

A banda brasileira Ego Kill Talent subiu ao palco no horário previsto, com casa cheia e olhos atentos do público. E enfim, a curiosidade de muitos foi satisfeita, qual o motivo da banda abrir para tantos artistas de renome internacional. A resposta ficou clara, o talento, competência e carisma da banda. Começaram com a famosa “We Move as One”, para acender o público. Apesar da qualidade da música, ainda via-se um certo receio nos olhos dos músicos, afinal, as polêmicas estão sempre rondando a banda. Mas ao decorrer do setlist mostraram autoconfiança e empatia.

Inclusive, impossível não perceber a presença de palco da nova baixista Cris Botarelli, que juntamente com o Miguel Boaventura Jr. , Theo van der Loo e Raphael Miranda fizeram um som perfeito, com uma ótima dinâmica entre eles.

Inclusive, por volta da metade do show, a vocalista Emmily Barreto preocupada com o público, pediu uma pausa, durante “Never Fading Light”, para que os bombeiros pudessem atender uma pessoa passando mal na pista. Além disso, deu um recado, para que o público avisasse, caso alguém precisasse de atendimento médico novamente. As músicas “Call Us by Her Name”, “Reflecting Love” e “Last Ride” foram executadas com uma participação muito boa do público. Mas apesar de estarem diante de um ótimo espetáculo, viam-se muitos semblantes aflitos, para que o Ego Kill Talent terminasse logo seu repertório.

Entretanto, para os que ainda não tinham visto a banda ao vivo, foi uma experiência ótima, e com gostinho de quero mais. Com certeza, o Ego Kill Talent ganhou muitos novos fãs nesta apresentação. Que venham mais shows assim.

System of a Down: A espera tornou-se realidade

Enfim, após dez anos de espera, é chegada a hora, o System of a Down sobe ao palco, muito discretamente, diga-se de passagem. Tanto que ao lado direito do palco, demorou-se a perceber os integrantes todos já posicionados para o início da apresentação.

Com agradecimentos e beijo jogado ao público, foi assim que Serj Tankian, Daron Malakian, Shavo Odadjian e John Dolmayan iniciaram o show em Curitiba. A primeira música da noite foi “Attack”, do álbum Hypnotize de 2005, na sequencia, sem deixar tempo para respirar, “Suite-Pee” e “Prision Song”.

Neste início de show, já era perceptível, que o público estava bem agitado, resultando nos primeiros atendimentos dos bombeiros de apoio, e não foram poucos. Eram constantes a passagem de pessoas sendo carregadas em macas, cadeiras de rodas ou mesmo apoiadas em seguranças, todos levados para o ambulatório que havia no local. Apesar do dia frio na cidade, talvez a ansiedade, a aglomeração e em certos casos o consumo em excesso de bebidas alcoólicas acabou por finalizar o sonho de alguns em poucos minutos.

Enquanto isto, o show no palco continuava a todo vapor, algumas pausas para o guitarrista Daron conversar e brincar com o público. Com seu ritmo inconfundível nos vocais e cordas, arriscou até uma brincadeira, cantarolando um trecho de “Every Breath You Take” do The Police, para na sequencia voltar com todo o peso do SOAD (Famosa abreviação para o nome da banda). Enquanto que o vocalista Serj Tankian permaneceu mais contido, porém sempre muito simpático.

Na sequencia das apresentações da banda, feitas também por Daron Malakian, vieram a maravilhosa “Aerials” e a aguardada “I-E-A-I-A-I-O”, alguns dos pontos fortes da noite. Além disso, o setlist foi de mais de 30 músicas, abrangendo as principais canções da carreira da banda. Definitivamente, a turnê WAKE UP! realmente teve a intenção de ser grandiosa e não decepcionou em sua primeira data no Brasil. Não faltaram “A.D.D. (American Dream Denial)”, “Soldier Side”, “B.Y.O.B.”, dentre outras.

Os momentos incríveis da noite

Por fim, depois de tantos sucessos, chegaram as cerejas do bolo, com a execução de “Chop Suey”, que deixou os presentes em hipnose coletiva, sem saber se aquilo realmente estava acontecendo. Muitos fãs derramando lágrimas, outros mais contidos e também os mais agitados, participando das muitas rodas de mosh espalhadas pelo estádio. Vale a pena ressaltar que as imagens compartilhadas nas redes sociais, durante o show, davam a dimensão da empolgação das pessoas e a aflição da equipe de socorristas, em apagar os famosos ‘sinalizadores’ espalhados entre os fãs mais atrevidos.

Mas o momento onde tudo acontece, é na execução dos primeiros acordes de “Toxicity”, seguido pelo vocalista Serj Tankian pedindo ao público os famosos giros, ou rodas de mosh. No caso de Curitiba, nunca se viu tamanha euforia de público e expressão musical em um só lugar. As quase quarenta mil pessoas, contabilizadas pela produção do evento, simplesmente pularam, cantaram e vibraram em uníssono. Um momento para ficar na história dos shows da capital paranaense, e também na memória de quem estava lá. Obrigada System of a Down!

Nosso colaborador Vladimir Silverio esteve no show e registrou a noite com fotos exclusivas. Confira a galeria de fotos logo abaixo:

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Paula Butter

Curitibana, frequentadora de shows de rock desde 1996, nacionais, internacionais e de bandas locais. Alguns registrados em minhas redes sociais, outros em ingressos físicos de uma época onde não existia QR Code. Apaixonada por rock e metal, livros, cinema, bons vinhos e amigos. Atualmente, engajada em conhecer e divulgar as bandas do metal brasileiro.
Graduada em Design e Direito, pós graduada em Marketing e Sommelier.



Via: Wiki Metal

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