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Tellus Terror abraça o black/death metal sinfônico em seu segundo disco ‘DEATHinitive Love AtmosFEAR’

Wiki Metal 1 mês atrás


Capa do álbum DEATHinitive Love AtmosFEAR

Com uma grande quantidade de lançamentos nos últimos tempos, muitas coisas acabam passando despercebidas, ainda mais se tratando de material de qualidade. O metal nacional, algumas vezes, fica em segundo plano já que muito do que chega aos ouvintes vem de fora do país, porém, estou aqui para desfazer esse erro e destacar um disco que merece estar entre os melhores do ano em qualquer lista feita: DEATHinitive Love AtmosFEAR, novo álbum do Tellus Terror, lançado via Xaninho Discos.

O sexteto vindo de Niterói, RJ, pratica um death/ black metal sinfônico com fortes influências de Cradle of Filth, Dimmu Borgir e Mystic Circle, e lançou seu segundo disco em janeiro de 2024, 10 anos depois de EZ Life DV8. Gravado no Tellus Studio, a banda trabalhou com Caio Mendonça (ex-guitarrista do LAC e Ereboros, e que trabalhou com Forceps, LAC, Ereboros, Grave Desecrator e Slowphobia) que produziu e cuidou da mixagem e masterização. Nesse período o som do grupo mudou, já que no primeiro disco haviam mais partes experimentais, e nesse novo disco o som é mais direto, abraçando o lado sombrio e criando uma barreira de som potente, sólida e com muita técnica.

O disco abre com “Amborella’s Child”, uma faixa poderosa, com os vocais de Felipe Borges alternando entre os rasgados e os guturais com uma naturalidade impressionante. Aqui é possível notar a influência de Dimmu Borgir que havia comentado, já que os teclados criam uma ambientação profunda e expansiva, aliado a um trabalho de bateria que dita o ritmo da música. Na sequência, “Absolute Zero” começa com uma explosão de blast beats de Rafael Lobato e riffs de guitarra da dupla Leandro Pinheiro e Victor Magalhães, aliados aos vocais monstruosos de Felipe, que tem um toque de Glenn Benton (vocalista, Deicide) que tem os vocais duplicados, com o gutural e o rasgado acontecendo ao mesmo tempo, além de um solo de guitarra cheio de inspiração e melodia.

“Darkest Rubicon” é um arrasa-quarteirão, cheia de riffs de black metal que alternam entre a velocidade e um refrão mais cadenciado. Nessa faixa temos um destaque maior dos teclados de Alexandre Silveira, que além da atmosfera incrível criada, tem algumas passagens aliadas aos vocais de um coral, e conta com mais um solo de guitarra de derreter a face. Usando um apelo diferente no black/ death metal, “Psyclone Darxide” traz um som simples aliado a uma cozinha mais refinada, onde o baixo de Marcelo Val e a bateria se destacam, enquanto “Cry Me a River” traz um trabalho técnico mais intrincado (novamente, ótimos riffs de guitarra podem ser ouvidos).

“Shattered Murono Heart” chega com ótimos ganchos sombrios e melódicos, com um ótimo refrão e mais um trabalho vocal excelente, que mostra a versatilidade e domínio sobre o estilo que Felipe possui, aliado também a mais um ótimo trabalho de teclado. “Abyssphere” traz novamente o lado black metal a tona, com os vocais levando o ouvindo direto para o que Dani Filth faz no Cradle of Filth, assim como ótimos riffs de guitarra. 

E mesmo com a nova roupagem musical da banda, “Brain Technology, Pt.2 (…and Humanity Have Feelings No More…)” estabelece uma ligação entre o passado e o presente do som que fazem, com contrastes entre gritos e grunhidos de vozes femininas mais suaves (cortesia de Bertha Maria Marzall, que participa da faixa). “Sickroom Bed” chega com peso e groove, com o lado mais death metal ganhando destaque, tanto pelos instrumentos quanto pelos vocais guturais.

A faixa-título evoca novamente o Dimmu Borgir, com os vocais se assemelhando muito ao trabalho feito por Shagrath, além de mais uma enxurrada de blast beats, e um ritmo feito para bater a cabeça. “Lone Sky Universum” possui uma melodia linda, com os vocais femininos mais suaves encaixando perfeitamente na música, em contraste com os grunhidos e guturais de Felipe, e um ritmo mais doom/ gothic metal, o que faz desta um respiro para toda a insanidade apresentada até agora, porém sem deixar de lado a técnica e a força da banda.

O disco encerra com “Empty Nails”, uma faixa com um som mais acessível, não sendo tão extrema quanto as antecessoras, possuindo um belo trabalho de teclado, riffs mais simples e uma atmosfera hipnotizante.Mesmo com uma espera de 10 anos, os fãs do Tellus Terror têm muito a celebrar com o lançamento de DEATHinitive Love AtmosFEAR. O disco traz uma banda certa de seu som, afiada e com vontade, que mesmo tendo mudado seu som (eu diria evoluído), mostrou que está pronta para sair do underground e dominar o gênero, tanto dentro quanto fora do país.

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Via: WikiMetal