Templo do Espírito Santo: Satanized, do Ghost, é uma declaração de que somos centelhas divinas

A mensagem de 1 Coríntios 6:19 diz o seguinte: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”? Em poucas palavras, a mensagem nos informa que todos nós somos parte da fonte divina de vida, que algumas pessoas costumam chamar de Deus.

Segundo o Espiritismo, doutrina decodificada pelo francês Alan Kardec na segunda metade do século XIX, a passagem nos chama a atenção para o cuidado com o nosso corpo físico e espiritual, no qual a filosofia, ciência e religião dos espíritos chama de templo sagrado.

No questionamento do apóstolo Paulo, é claro que o propagador do cristianismo quis lançar luz ao zelo do corpo material para uma vida mais feliz e equilibrada. Além disto, ele enfatizou que o cuidado com o corpo espiritual também é de suma importância; dito isso, a reforma moral deve estar em constância e o amor e o respeito a si mesmo e ao próximo precisam ser os guias de nossas ações no dia a dia.

Afinal, o que isto tem a ver com rock n’ roll heavy metal? Bem, o novo single do Ghost, Satanized, apesar do título debochado, prega exatamente sobre o amor, que está reprimido e clama por uma brecha para se fazer manifestar em toda sua potencialidade, visto que é o maior e o mais poderoso de todos os sentimentos.

A folclórica possessão demoníaca mostrada no videoclipe é um adereço que nos lembra que precisamos nos manter vigilantes para que não tenhamos fissuras em nossos templos divinos, ou seja, em nossas vidas, as quais podem nos abater de forma profunda.

E o Ghost, em uma genial embalagem sombria, trata e prega temas como o respeito, tolerância, bem-querer e toda sorte de bons sentimentos em suas obras. É claro que há muito espaço para a gozação e a ironia, contudo, em um pendulo que tende mais para o lado “angelical” do que para o lado “demoníaco”, a banda sueca é virtuosa no teor conceitual e lírico.

Em como diz em Mateus 13:9, nós só precisamos de “olhos de ver e ouvidos de ouvir” para perceber a genialidade de Tobias Forge e seu Ghost.