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Tom Morello: 5 músicas para entender as ideias políticas e sociais do guitarrista

Wiki Metal 1 dia atrás


Há 61 anos, em 30 de maio de 1964, nascia Tom Morello. Ícone do metal, é guitarrista desde os 17 anos, e ativista desde criança: “Na verdade, minha educação política não começou com nenhum livro. Começou por ser o único garoto negro em uma cidade só de brancos e um pouco da injustiça racial que senti”, comentou em entrevista à Full Metal Jackie.

Além da sua veia ativista, que é genética, já que ambos os pais são e foram ativistas, Morello se formou em Harvard com honras em Ciência Política. O trabalho de Tom Morello é completamente político desde o início. Sua carreira e seus projetos sempre foram baseados em seus atos políticos e mesmo em sua carreira solo, que o guitarrista aborda outros temas, a política é sempre presente. 

Para celebrar o aniversário do artista, o Wikimetal listou 5 músicas para entender as ideias políticas e sociais do guitarrista:

“Killing in the Name”, do Rage Against the Machine

Uma das músicas mais famosas, presente em seu álbum de estreia homônimo de 1992, critica a violência policial e o abuso de poder. Compostas pelo vocalista Zack de la Rocha, se refere ao abolicionista Frederick Douglass – o líder mais importante do movimento pelos direitos civis dos afro-americanos no século XIX -, que afirmou que o momento que se tornou livre não foi quando foi solto fisicamente de suas amarras, mas sim quando o mestre disse “sim” e ele disse “não”.

Tom Morello afirmou que a letra, especialmente a frase “foda-se, não farei o que você me disser”, é inspirada no conceito de liberdade de Douglass e na afirmação de que a verdadeira liberdade não era apenas a libertação física, mas também a capacidade de dizer “não” à autoridade. O guitarrista explicou em entrevista à Rolling Stone: “Essa é a essência de ‘foda-se, não vou fazer o que você me diz’. E é por isso que é encorajador ouvi-lo gritar para os capangas federais que estão atirando gás lacrimogêneo contra cidadãos americanos.”

“Hail To The Chief”, do Prophets Of Rage

“Salve o chefe”, frase frequentemente usada para expressar lealdade e respeito a um líder ou figura de autoridade, é também a música que a Banda Presidencial dos Fuzileiros Navais dos EUA tradicionalmente tocam para anunciar a chegada do Presidente. Mas para a banda Prophets Of Rage, é uma crítica contundente ao poder e à corrupção, uma declaração contra a injustiça chamando a atenção para a necessidade de resistência e mudança. O videoclipe explicitamente critica os presidentes americanos, em especial o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente Mike Pencecom, com uma letra que aborda a hipocrisia e a manipulação.

Formado por membros do Rage Against the Machine/AudioslavePublic Enemy e Cypress Hill, o Prophets Of Rage é mais um projeto necessário de Tom Morello. Em entrevista ao TMDQA!, o guitarrista contou: “Surgimos como uma forma de resistência para injustiça e desigualdades causadas por qualquer que fosse a pessoa na Casa Branca. Com Trump no poder, é mais importante que nunca manter firme essa resistência”

“Living On The 110”, do Prophets Of Rage

Outra faixa do supergrupo Phophets Of Rage, é a “Living on the 110”. A frase, que ganhou destaque através da música, refere-se à rodovia 110 em Los Angeles, onde muitas pessoas sem-teto vivem sob a estrutura da rodovia. A música destaca a dura realidade da falta de moradia e a desigualdade econômica.

A letra e o videoclipe ilustram ainda mais a situação daqueles que vivem sob a rodovia e as questões mais amplas da pobreza e da desigualdade econômica. É possível ver no vídeo indivíduos ricos passando com carros luxuosos, enquanto moradores de rua vivem embaixo dela. O grupo mostra o abismo crescente entre ricos e pobres, e a falta de compaixão por aqueles que vivem em situação de rua. 

“One Man Revolution” de The Nightwatchman

Tom Morello criou um projeto solo de estilo folk acústico, sob seu alter ego The Nightwatchman – em português, “O Vigia Noturno” -, enfatizando ainda mais seu ativismo político. O projeto foi inspirado no personagem da música “The Ghost of Tom Joad”, de Bruce Springsteen, que aborda a maneira como os Estados Unidos trata os operários e os imigrantes. Vale lembrar que o Rage Against The Machine regravou a faixa no disco No Boundaries: A Benefit For The Kosovar Refugees, em prol dos refugiados da guerra do Kosovo. 

A faixa título do álbum One Man Revolution, de 2007, explica que é possível uma única pessoa iniciar uma mudança, até mesmo uma revolução, por meio de suas ações e crenças. Como já dizia Michael Jackson em sua canção de mesmo tema “Man in the Mirror”: “Se você quer fazer do mundo um lugar melhor, olhe para você mesmo e depois faça uma mudança”. A música de The Nightwatchman usa metáforas para retratar o papel do vigia noturno como um “Robin Hood negro”, lutando contra injustiças como crimes de guerra e ganância corporativa.

“Renegades Of Funk”, do Rage Against The Machine

Outra faixa pertinente é “Renegades Of Funk”, lançada originalmente em 1983 pelo rapper Afrika Bambaataa & The Soulsonic Force, e regravada pelo Rage Against The Machine em 2011. A faixa é uma celebração aos que desafiam o estado das coisas e lutam contra a injustiça.  Este é um hino de resistência poderoso e politicamente carregado, como fiz em um trecho da canção: “Não importa o quanto você tente, você não pode nos impedir agora”.

A versão de Rage Against The Machine combina os clássicos grooves de funk da faixa original com punk e metal, destacando a rebelião e enaltecendo nomes de personalidades e bandas que lutam e lutaram contra o sistema. No videoclipe do grupo de Tom Morello há filmagens ao vivo do artista de rua de Los Angeles, Joey Krebs, pintando com spray suas infames silhuetas de figuras mesclados com uma montagem de fotos de personalidades e artistas que a música sugere serem renegados, entre eles o DJ Grandmaster Flash, a ativista dos direitos civis Rosa Parks, o trio de hip hop Rum-DMC, a apresentadora Queen Latifah, o ativista Martin Luther King Jr e vários outros nomes importantes, entre homens e mulheres, que lutam pela igualdade social e política.

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Jéssica Marinho

Repórter e Fotógrafa em cobertura de shows, resenhas, matérias, hard news e entrevistas. Experiência em shows, grandes festivais e eventos (mais de mil shows pelo mundo).

Portfólio com matérias e entrevistas na Metal Hammer Portugal, Metal Hammer Espanha, The Metal Circus (Espanha) Metal Injection (EUA), Wikimetal e outros sites brasileiros de cultura e entretenimento.

Também conhecida como A Menina que Colecionava Discos – [email protected]



Via: Wiki Metal

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