As cenas rock n’ roll e heavy metal já ofertaram ao mercado fonográfico músicos de extrema proficiência técnica, musicalidade e criatividade ímpares e de abundante carisma. A lista é imensa – é de perder de vista, na verdade -, pois contempla a turma que vai da guitarra ao vocal, da bateria ao baixo, do teclado à flauta e tudo mais que couber no bornal da música pesada.
O baterista brasileiro Eloy Casagrande, por exemplo, é merecidamente um dos mais celebrados e prestigiados instrumentistas da cena atual do heavy metal mundial. Complexidade técnica, brutalidade, personalidade e inventividade são alguns dos atributos que estão sob os domínios do jovem batera.
O primeiro passo do músico na indústria fonográfica profissional fora na banda solo do saudoso vocalista Andre Matos. A parceria com o Maestro rendeu, inclusive, o álbum Mentalize, segundo registro solo do cantor.
Depois disso, Eloy compôs o Gloria, quarteto paulistano focado no metalcore. Casagrande, no entanto, mal esquentou o banco e passou no RH para assinar a rescisão de contrato e juntar forças ao Sepultura.
Com Andreas Kisser (guitarra), Derrick Green (vocal) e Paulo Xisto Pinto Júnior (baixo), Casagrande alcançou renome global. Juntos, os cavaleiros lançaram os álbuns The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart (2013), Machine Messiah (2017) e Quadra (2020).
Dito isso, queremos dar uma breve repassada na carreira de Eloy como compositor e relacionar 6 performances matadoras do baterista brasileiro. As nossas preferidas são as seguintes!
Trauma of War
The Mediator… não é lá o suprassumo da carreira do Sepultura, todavia, reserva ao ouvinte um ou outro momento de primazia. O open track do disco é bacana e uma excelente forma de mostrar a “violência” do baterista.
Phantom Self
Depois de algumas turnês ao redor do globo, o músico pôde acumular mais milhagem musical e, evidentemente, gastá-las em seu segundo ato com o Sepultura. Desta vez, o blast-beat cede lugar a ritmos brasileiros e linhas rítmicas mais cadenciadas, contudo, não menos pesadas.
Sworn Oath
O clima soturno paira no ar durante toda a canção, as nuances orquestrais se entrelaçam às palhetadas de Kisser como uma sofisticada sinfonia do caos. Ou seja, aqui temos as linhas de bateria de Casagrande em um outro ambiente; de certa forma, distante do comum pandemônio sonoro, portanto, é bacana ver o quão maleável é o seu playing.
Isolation
A faixa de abertura do álbum Quadra é porrada que faz qualquer um perder o rumo de casa. O quê Slayer e Kreator exalam em cada acorde e padrão rítmico.
Guardians of Earth
O enquadramento sonoro à la brasileira é o grande chamariz de Guardians of Earth. É o tipo de apelo sonoro que transforma o som do Sepultura diferente do de seus pares. Eloy captou tal essência, rapidamente, e costurou brilhantemente os blast-beats ao groove made in Brasil.
Means to an End
Os padrões colocados em prática em Means to an End são para dar nó na cuca de muito batera veterano, porém, passa longe do esquema de ser um som tocado de músico para músico. É uma música sofisticada e técnica, mas repleta de feeling.
Via: RockBizz